O nome ‘Esù’ (Exu) é pertencente ao vocabulário ioruba, significa “esfera” e refere-se à divindade que faz o intermédio entre o plano físico e espiritual, cultuada por diversos seguimentos religiosos afro-brasileiros. Este Orixá é o que faz tudo ser possível, ou seja, Exu é o responsável pela comunicação entre o físico e o espiritual, ele que faz a transição da própria manifestação da natureza espiritual na natureza material. Por isso é muito comum ouvir um ditado entre praticantes das religiosidades de raiz afro: “Sem Exu não se faz nada”! A essência de Exu veio das junções elementares dos Orixás Oxalá e Nanã, portanto, Exu é o próprio barro, o elemento que produz a vida. Desde os cultos aos Orixás praticados na África, este Orixá deve ser o primeiro a ser reverenciado e receber as oferendas, desde uma simples louvação até suas mais complexas oferendas.
Exu é a divindade que mais conhece a materialidade, justamente porque seus enigmas estão enraizados no movimento da vida, ele é quem faz tudo evoluir e caminhar, é Exu, quem equilibra o movimento físico com o espiritual, por isso jamais deve ser esquecido, principalmente por aqueles que cultuam as forças da natureza.
Uma das razões de Exu ser o primeiro a ser louvado e receber suas oferendas, simplesmente é pelo motivo de que esta divindade é o mensageiro, Exu é quem leva as oferendas aos outros Orixás, sendo assim, tudo que se é ofertado às divindades passa pelas mãos de Exu, nenhuma oferenda chega às manifestações da natureza sem ser pelos “braços” dele. E também, nenhuma mensagem vinda de outros Orixás, chega a nós sem passar por Exu, este Orixá é quem faz o transporte das comunicações entre o ayé (terra) e o orun (espiritual).
Na Umbanda, não se tem o culto a este Orixá, porém, o mesmo não é esquecido, e nem tem por onde ser, já que sem ele não conseguimos o contato com os outros. Portanto, o que se faz na Umbanda, simplesmente é uma louvação a esta divindade, sem nenhum tipo de ritual específico ao mesmo, faz-se uma simples e particular louvação pelo responsável do terreiro, ou seja, o/a Dirigente espiritual do templo, onde o mesmo o louva em nome de todos.
Infelizmente muitos confundem o Orixá Exu com o “Diabo”, uma comparação completamente erronia, pois, Exu é um grande Orixá, protetor e guardião. Inquisições da época, fez com que surgisse o sincretismo religioso para com as religiosidades afro-brasileiras, neste embalo, surgiu também uma incompreensão religiosa que fez por onde, assimilar este Orixá e também Entidades denominadas "Exus" com o "Diabo" do cristianismo, o que não procede.
Carlos Pavão
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