terça-feira, 27 de março de 2012

FILOSOFANDO À TOA 7


(O ETERNO RETORNO DE NIETZSCHE)

Por Célio limA
“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “Tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!”. (NIETZSCHE)



Friedrich Nietzsche, conhecido também por “Pastorzinho” na sua infância por ser filho de pastor. Nietzsche o grande “Pastor Alemão” a que refiro-o. não pela descendência luterana ou pela nacionalidade Alemã. Mais sim por ter um grande faro assim como os animais ditos da raça canina dos pastores alemães. Estou me referindo à sacada genial que o Nietzsche teve ao propor o consolo ontológico metafísico com a sua criação da idéia do “Eterno Retorno”. O Nietzsche pensador ateu viu que com “A Morte de Deus”, morria também o consolo metafísico cristão o do paraíso a idéia de uma vida além da morte. Esse outro mundo eterno. O que fez afinal ao ter percebido tal proeza, ele simplesmente se virou com o que temos. Essa vida cheia de turbulências e de certos conflitos nesses mares bravios que é por assim dizer historicamente a nossa vida. O que faz ele então. Há humanidade estar sem esperança. Estar nos braços da angustia ou na palma da mão da morte. Alem de todo um niilismo que quer destruir com a nossa capacidade de viver e de sermos-nos mesmos como seres. O que seria o ideal no conceito do eterno retorno do Nietzsche. Essa vida que se repetirá por toda a eternidade. Eu interpreto nisto a ousadia dele em propor assim dessa forma um consolo ontologicamente metafísico. Os nietzschianos poderão discordar de mim. Porem não tenho a intenção de agradar aos que trabalham a filosofia como uma religião e aos filósofos como semideuses ou até deuses. Em primeiro porque espero que essa não seja a característica digna de um possível seguidor do Nietzsche, e em segundo por eu não ter certeza se realmente possa ser possível a existência de algo denominado por: “nietzschiano”. O que me quero dizer enfim é que com o conceito do eterno retorno de Nietzsche. Interpreto-o simbolicamente como o encontro do ser em si como ser. Essa idéia de repetição reforça ao homem que ele tem que se procurar e se afirmar. Para não sofrer dessa forma o castigo de padecer repetidademente pela eternidade dessas dores de mazelas e de puras ignorâncias. Por mais que se queira pregar a idéia real de que a vida seja de conflitos, guerras, quedas e etc. e que devemos aceitar as coisas como elas são por conta da nossa própria pequenez o Nietzsche vem nos presentear com esse belo antídoto que é o de que devemos nos superarmos. No sentido de evitarmos cairmos em deslizes, e de vivermos de acordo com uma possível repetição dos nossos atos em eternos retornos. Sendo assim cabe ao humano aceitar de forma melhor como elas são. Até a idéia de aceitar a morte de cabeça erguida e honrada e não angustiantemente. Pois sim: somos findos, mas nossa morte também ela se repetirá assim como os nossos atos e escolhas por toda uma eternidade. Cabe então aos humanos amar a vida como ela é, pois assim é e será ela. Um outro consolo filosoficamente tão belo quanto o do Nietzsche eu o encontrei só em Epicuro. Quando este diz para não temer a morte, pois quando se estar vivo morto não se estar e vice versa. Ambos sem serem pregadores de auto-ajuda tais filósofos são como elixis ou fortificantes pois deram a humanidade certas receitas para o entendimento e a superação de nossa pequenez e da insignificância cósmica que seja a nossa própria condição de seres humanos. –Célio limA.



“A cada passo que dei Apaguei as pegadas Pra que nem eu soubesse Como fazer pra voltar Que a trilha do desafio Nunca chegasse ao fim E agora todo esse esforço Parece estranho pra mim Alguns amigos da estrada Já não correm comigo Seus sonhos e seus segredos Já não correm perigo Cruzes plantadas no chão São as flores deste jardim A morte exibe suas formas Tão estranhas pra mim Houve um tempo em que eu Lhe conhecia inteira E não havia poeira Que eu não pudesse soprar Mas ainda não sei Como ficamos assim Até a cor dos seus olhos Hoje é estranha pra mim As vezes penso que fiz Alguma coisa importante Que vai mudar num instante O que sempre foi igual Sinto que é a saída Do que eu não estava a fim Mas é somente a chegada De algo estranho pra mim Pessoas ficam me olhando Com um sorriso estampado Outras gritam e apontam Erguendo o punho cerrado Pensam saber da minha vida Se sou bom ou ruim Tantas mãos acenando Todas estranhas pra mim" (MARCELO NOVA)
 
OBS: Célio limA. É filosofo por natureza; anarquista por tesão e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos: a Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs: http:http://tribunaescrita.blogspot.com/;http://salveopoetasalve.blogspot.com;http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/;http://poetasdemarte.blogspot.com/ . Atualmente cursa: FILOSOFIA-UFPE.

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