quando o mar trabalha na torreira
carlos aldeia
para que me servem
os olhos
senão para te ver
os olhos
senão para te ver
quando aperta o norte
vagas são muralhas
a arte não vai ao mar
vagas são muralhas
a arte não vai ao mar
fico-me então na areia
de pé a olhar-te
no pulsar das ondas
coração teu
de pé a olhar-te
no pulsar das ondas
coração teu
para que me servem
os olhos
senão para ver
os olhos
senão para ver
de quantas cores
te fazes
sempre o mesmo
nunca igual
te fazes
sempre o mesmo
nunca igual
para que me servem
os olhos
senão para te falar
os olhos
senão para te falar
contar-te isto de ser aqui
pescador da xávega
histórias tantas
a partilhar
pescador da xávega
histórias tantas
a partilhar
(torreira, século XX)
Nenhum comentário:
Postar um comentário