sábado, 27 de outubro de 2012

só sei ajoelhar



só me restaram os joelhos
escapam-me as forças de ser esperançoso
as nuvens enegrecem no horizonte não por falta de sol, mas por falta de nós
não nos escondemos em conchas, nos encarceramos naquilo que já foi razão
olho o sol e ele me parece mais fraco, da lua vejo escapar furtiva lágrima
lástima
descubro um novo ser surgindo dentre o humano
aquele que faz cortina de qualquer pano
que se torna agigantado sob a menor luz
conduz o seu ser aos píncaros sem ver aonde pisa
só me restam os joelhos
me resta parca força de suplicar por meu semelhante
vejo tudo encaminhar-se para o desfalecimento moral
antes de que isso ocorra
peço a TI que nos socorra
apenas peço o certo, nada anormal
só me restam os joelhos
me perdoe a falta de viço, a falta de siso, a falta de riso
mas o caminho se estreita a cada minuto só sei ajoelhar

Nenhum comentário:

Postar um comentário