sábado, 27 de abril de 2013

não trago novas




não trago novas
não as sei
há muito que caminho
tudo se repete
na ilusão

não trago novas
os nomes fui-os deixando
sobram alguns rostos
olhares mãos
palavras poucas

não trago novas
há muito que caminho
só isso sei
caminhar e perder-me
e é tanto

o pescador subirá para a bateira
onde o camarada o aguarda
partirão ambos a fazer a maré
eu
eu ficarei no cais mais um pouco
e regressarei a casa

são assim os dias
mesmo aqueles em que
não trago novas

(chegado, murtosa)

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