terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Recife Nau

Recife Nau
Corto as ruas imundas e alagadas do Recife
Trago o peso do mundo nos ombros
Nas mãos livros!
Na boca verso!
Na mente revolta ...
pela infâmia
pela injustiça
Recife com seus prefeitos imperfeitos
Sem corações e sem rins
Recife é um esgoto a céu aberto
Seus livreiros são canalhas
Porcos analfabetos funcionais
Vendem papel
Pensando que são livros
O que entendem de cultura?
E de arte?
Choro as lágrimas invisíveis da tristeza
Tenho fome
Tenho sede
Mas não só de pão
Tenho desejos de ver flores e pássaros
De ver beleza!
E não a podridão desta cidade
Que transforma pessoas em coisas feias de se ver
Ando pelo Recife com desejo
De nunca mais vê-la ...

-MIGUEL VIEIRA-



 " Num dia de Sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior. "

Um comentário:

  1. CONVITE PARA VIAJAR

    Quinze horas na cidade
    Meio dia para quem come
    Passando por Santo Amaro
    Escuta-se: cola só na ponte!
    Cola só na ponte!
    Pensamos em muitos ambulantes

    Convida-se para a ponte
    Pontes de renome
    Falo dos grandes homens
    São os que não comem...
    Não os que nomeiam as pontes!

    E percebem-se grandes viagens na passagem
    Cola versus almoço
    Grandes nomes
    Em curtas pontes...
    É triste, é corrente a invisibilidade dos que colam, diariamente, na ponte.
    Importantes presenças!
    Alguns elefantes, nunca passam
    Pelos ferros quadrados da ponte
    Para não serem enquadrados na foz...
    Não andam sós
    Convite de menor
    Menor influência
    Menor delinquência
    Os menores estão colados no chão da ponte
    E viajam na ponte
    Com a própria ponte
    Finita ponte!
    GUILHERME DE ANDRADE

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