
Alagoano,
Daniel Barros mostrou-se um escritor criativo desde seu primeiro romance,
O sorriso da cachorra, basicamente a
história de amor dos jovens Patrícia e André, entremeada com as atividades
político-partidária de ambos. Barros consegue superar-se no segundo, Enterro
sem defunto, uma ficção policial. Nela é mostrado o trabalho do investigador,
Alcides, que se ocupa com a perseguição e captura de traficantes. Daniel Barros
conta a história de Alcides em vários planos narrativos, onde utiliza com
acerto o
flash-back, intercala as
atividades de Alcides com o envolvimento com diversas mulheres. Apaixona-se por
uma delas, a promotora Catarina, obrigada a fugir para não ser morta pelos
maiorais do crime. Daniel Barros insiste na situação da corrupção geral porém,
habilmente, deixa as coisas correrem para que o leitor as julgue.

Agora, no
terceiro romance,
Mar de pedras, é
narrada a história de Henry Melo, fotógrafo bastante competente que vive numa
vila do interior de Alagoas, e é muito querido pelos habitantes. Como de
costume, Barros intercala a narrativa com a venturas amorosas de Henry, e elas
acabam assumindo um papel preponderante no enredo, visto sob vários ângulos. A
exemplo de Alcides, ele se apaixona por uma mulher bem jovem, a modelo
Francesca, o que lhe confere uma visão nova de sua existência quando a moça
engravida. Como personagem em si, Henry Melo é muito mais desenvolvido e
detalhado que André e até mesmo Alcides.
Mar
de pedras é uma prova de que a ficção de Daniel Barros está em contínuo
progresso e desperta interesse maior a cada página.
Fernando Py
(Poeta,
colunista, crítico literário, redator e tradutor)
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