terça-feira, 9 de junho de 2015

preciso de falar de ti

toda a beleza num fragmento de tempo



os moliceiros têm vela (114)


(para uma menina grande
que nunca será daqui)


preciso de falar de ti

olho e vejo e não vejo
o que vêem os teu olhos
vejo-te e uma lágrima

braços e mãos em movimento
permanente e aleatório
os sons guturais que emites
palavras de uma língua só tua
olhos como se todo o corpo eles

que vês quando olhas?
porque sorris?
que mundo é o teu?

olhas-me olho-te
tenho a certeza do desencontro

(torreira; regata s.paio; 2010)

https://ahcravo.wordpress.com/2015/06/09/os-moliceiros-tem-vela-114/

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