o desalento
postais da ria (127)
regressarão
come-se à mesa
o que da ria
horas porfiadas
marés redes
conta-se o tempo
o ganho parco
no fundo do balde
parte-se porque
é fraco o ganho
para tanto
para tão pouco
vão-se os homens
e são senhores do mar
escravos da ria
terra sua de ser água
até quando pergunto
e só o silêncio
onde vozes por vezes
jamais o gesto
regressarão
(torreira; solheira; 2010)
alar da solheira com o salvador chalana
http://ahcravo.com/2016/01/14/postais-da-ria-127/
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