Tamanho contentamento
embala meus sentidos, pois viajar é preciso.
Embarco, então, sem tempo
pra retornar, despressurizo toda tensão, calibro-me noutros
reinos e camaradas encontro em mim mesmo.
Viajo, viajo, sem ter o
que despachar, sem nada levar.
Vejo paisagens a
colorir meus pensamentos, faço amores
e chego às alturas sem
a saudade inoportuna.
Depois, meu corpo
esfria carregado pelas correntezas de um rio,
de repente, num gemido
nada contido, corro prum espaço inabitável, um desejo incontrolável
me permito sentir e navego por horas dentro de mim.
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