quinta-feira, 24 de março de 2011

Passageiro da vida

Sou passageiro da vida,
esta que é sustida pelo fogo,
pelo ar,
pela água,
pela terra,
a me proverem o alimento,
a respiração,
que me sustentam a existência
que vivencio.

Sou arrebatado pelos mistérios,
os quais me fazem o pensamento a divagar,
nas indagações por desvendá-los,
nas matutações , nos estudos,
qual filósofo, qual cientista,
nas viagens no si do ser,
nos laboratórios, nas naves,
nas idéias de possibilidades
do abstrato, do concreto.

Entrego-me à contemplação
do belo pelo olhar,
do que se aprecia pela iluminação,
solar, lunar, e mesmo estelar,
que faz ressair o espetáculo
da natureza inspiradora,
sugestionadora como o mar.

Sou mais um no mundo,
este mundo do bem, do mal;
do bom, do ruim;
das alegrias, das tristezas;
dos risos, das lágrimas;
do êxtases dos sofrimentos;
dos desejos, das desilusões;
dos caminhos, dos descaminhos;
dos sonhos, dos pesadelos;
dos encontros, dos desencontros;
dos embates de forças;
das crenças, das fés;
da esperança resguardada no amor;
dos seres protuberantes,
pulsantes como música;
das lutas pela sobrevivência em paz,
pela tranqüilidade mais serena,
pelo vôo da liberdade,
pela conquista da realização.

Sou invólucro de sentimentos,
no coração moldados;
das experiências acumuladas
desde os remotos do meu ser.







Rutilâncias de um corpo estelar


Do seu corpo reluzente
vêm em centelhas resplandecentes
desde o coração flagelado
aspectos do tanto acumulado,
marcas do que aí se fincaram
num lance que vivenciou:
Sangue cristalino,
Lágrimas dum desatino,
Amargor dum destino;

do seu corpo irradiante
vêm em fagulhas brilhantes
desde o coração magoado
coisas de males vivenciados
num rumo que tomou,
num querer que intentou:
sofrimento da paixão incontida,
saudade funesta da vida perdida,
dor pelo amor tornado em ferida;

do seu corpo refulgente
vêm em faíscas luminescentes
desde sua alma torturada
emoções desabafadas
espinhos cravados no seu ser
num tempo do seu viver:
expectativas em desilusão,
sonhos em frustração,
melancolias em depressão;

do seu corpo relevante
vêm em lampejos rutilantes
desde sua mente apurada
estilística requintada,
estética realçada
na sua arte ostentada
com alegria pertinente,
de sorriso realmente,
dum prazer entrementes.




Magia e verdade



Caído na tentação do capeta,
o capeta do ódio e da maldade,
manifestou-se em loucura,
desde a alma agrilhoada.

Trágico drama,
de aflitivos medos,
de sofrimento descomunal,
dor muita no coração.

A má sina lhe queria tomar a vida,
fazendo-o mais um desgraçado no mundo.

Para além se houveram ido os momentos
de extasiantes prazeres;
para além se houvera ido o sonho
de felicidade.

A esperança subsiste por si,
e a morte rondou-lhe mas não lhe tomou.

E por um desses mistérios dos que há
entre o céu e a Terra,
magia e verdade,
do ser feito divino,
feito eterno,
a boa sorte lhe sorriu.

E esse amor é sua paixão.
Nas auroras, beleza nas cores
das grandezas naturais,
hoje faz-se em expressivas emoções,
ser coragem,
ser de bondade,
conservado o menino.







Alimentando vida


Cai da árvore um fruto.
Sustém-me deliciosamente...

Da árvore cai na terra
o fruto;
das nuvens cai na terra
a água.

Da semente do fruto
brota o broto;
pelos raios solares
ganha vigor;
pela atmosfera
ganha crescimento.

E vai gerando mais folhas,
e vai gerando flores;
vai gerando frutos
a caírem na terra.

E vai alimentando vida;
vai exuberando verde.

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