sábado, 9 de março de 2013

Daniele Negreiros no Castanha Mecânica (“Poesia de Risco”)



“É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela”, assim Torquato Neto considera o poeta e assim a autora do blog A Menina Escabrosa e sua Bagatela Poética, Daniele Negreiros, parece seguir essa recomendação e arrisca-se com seus poemas em Poesia de Risco — sua primeira coletânea em e-book.

CONFIRA O E-BOOK LÁ NO CASTANHA MECÂNICA.

CATULANDO
  
Eu não farei renascê
a frôr do maracujá
Mas hei di catular a Terra
nu tempo di acabrunhá.
Farei cum qui o mundo sangre
nas palma du meu quipá
Pruquê nossa terra racha
na isperança di arvorá
O pássaro azul-celeste
inté disbotô di isperá

As lágrima du zói di Deus
qui a gente fez achorá.
Eu berro adentro du poço
pra vê o rio acordá
Mas ele discorda da prece
qui avivo em apressá.
Então, catulo a verdade
com meu jeito de aversejá.
Já avejo esses zomi tudo,
chorando pra si moiá.

Abriru a bica com sede
i esqueceru di arrochá.
Tomara qui as coisa mude
i comeci a miorá
E us zomi si a contente
cum qui já nasce a  anhá.
E muita poça germine
pru todo o meu Ceará.


(Daniele Negreiros)



___________________________
Fred Caju estará sempre por aqui aos sábados, pontualmente às 16:20. “Pague pra ver que eu aposto”. Grande abraço a todos do TRIBUNA ESCRITA!
       

Nenhum comentário:

Postar um comentário