fabricamos
o tempo
o
nosso tempo
com
a música dos gestos
suspensos
no
exacto instante em que
vindos
do silêncio onde habitavam
nos
cercearam as vozes
somos
ainda o haver amanhã
um
dia de sol aberto a todos
não
o impossível sonhado
mas
o real a que estamos condenados
pelo
facto de sermos
estamos
ali
onde palavra e gesto se confundem
não
temos medos nem donos
mais
muitos mais
crescemos
a cada dia
somos
a afirmação da recusa
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