todos
os hoje
são
uma semana que começa
os
dias são dias e nada mais
o
tempo passa simplesmente
sem
necessidades de calendário
por
debaixo das pedras
na
sombra fria
um
raio de sol procura os vermes
sentados
em cadeiras almofadadas
de
onde lançam compridas línguas
para
lamber a luz
amanhã
porque
vai sempre haver um amanhã
lembrar-nos-emos
de terem sido
tempo
demais
culpa
nossa a de gritarmos apenas
debaixo
de outras pedras
haverá
um hoje
em
que a sua semana não se iniciará
por
ser só nossa
nesse
dia
o
sol quebrará as pedras
o
ventre dos vermes inchará e rebentará
por
esse dia
lutaremos
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