terça-feira, 18 de junho de 2013

Sou louco mas quem não é!!!!

Posso parecer um tanto galanteador,
Mas na verdade não tenho nenhum pudor,
Sou só um louco sem amor.
Eu sou o palhaço sem futuro,
Vindo de um picadeiro escuro,
Onde não existe esperança,
Onde não há sorrisos de crianças.
Sou um palhaço sombrio,
Que descobriu que o mundo pode ser muito frio,
Um palhaço desacreditado com o destino,
Que aprendeu que o mundo pode ser solitário,
E que a felicidade é um ser imaginário.
Aquele que descobriu a verdade por trás de tudo,
Notou que o mundo transborda um podre conteúdo,
E preferiu ficar surdo e mudo.
Sou um Pierrot sem trama,
Um protagonista que não sabe quem ama,
Pois não tenho ninguém ao meu redor,
Não tenho religião,
Não acredito em Iavé, Alá, Buda, Zeus ou Thor,
Sou só um palhaço esbanjador de solidão.
No meu palco não existem holofotes,
Ninguém assiste ao meu show de camarote,
Não tenho nenhum expectador,
Sou um palhaço sem cor.
Não eu não tenho nenhum amigo,
Tudo o que resta comigo,
São lembrança de pessoas que me admiravam,
Mas que nunca me amavam.
O que tinha em meu esquerdo peito,
A escuridão tomou com todo direito,
Já que para o amor não tenho jeito.
Sou isso, essa mistura de infelicidade,
Uma das milhões de almas atormentadas,
Que continuam a viver caladas,
Nessa desumana cidade.
Minha vida pode ser considerada ruim,
Mas para mim,
É só uma tragédia que não chegou ao fim.
Não procuro mudanças,
Pesquisei lá bem fundo na minha memória,
E percebi que não há boas lembranças,
Só uma triste história.
Eu já quis trazer aos outros alegria,
Mas quem disse que eu conseguia?
Fui descartado como uma carta de baralho,
Na minha vida nunca houve atalhos,
Os caminhos que escolho são sempre os piores,
Sempre tenho que seguir pelas trilhas maiores.
A lágrima que percorre meu rosto,
Não tem nenhum gosto,
É uma prova que para farça sempre estive disposto.
Não cheguem perto desse palhaço,
Não preciso de nenhum abraço,
Continuarei assim,
Não quero ninguém perto de mim.
Sou bobo da corte que não tem rei,
Sou aquele que não é protegido por nenhuma lei,
Sou um palhaço sem público e assim sempre serei.
Sabe o que eu queria?
Não, não é um dia cheio de alegria,
Queria que um dia eu pudesse voltar a sonhar,
Só para poder tentar transformar,
Essa minha tragédia,
Numa simples comédia.

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