segunda-feira, 8 de julho de 2013

Balé dos estorninhos (André Anlub®)


Balé dos estorninhos

Vá falar aos quatro cantos desse enorme mundo vadio,
Fale logo, vá,
Fale aos ouvidos trancafiados, cimentados e mal acostumados.
Grite com todo o pulmão, todas as forças,
Até se esvair o ar.

E aquela velha inocência descabida? Deixe-a ir,
Ela já estava sufocada com sua maturidade,
Com seu desenvolvimento e sucesso,
Com o balé dos estorninhos.

Os passos largos, de gigantes dinossauros, são seus.
As impurezas das palavras impensáveis, nunca existiram.
O seu barco naufragado é passado ou pode até ter sido um sonho.
Ria, pois com o mar é casada e vive à vontade com os golfinhos.

E agora rebobinou sua idade ao azul bem vasto,
Fixado no fundo da sua íris.
Poderá agora observar os loucos abutres,
Que voam por cima de um extenso deserto,
Deixando a sombra de rastro,
Com a sede e a fome,
Que os escoltam de perto.

André Anlub®
(29/6/13)

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