(avô já sou mulher e
eu não quero)
abrem-se no rosto trilhos
salgados de tanto mar
perdem-se no longe os olhos
(avô já sou mulher e
eu não quero)
falarei sempre do sonho
quando no infinito os olhos
inventarem um ser diferente
(avô já sou mulher e
eu não quero)
amanhã minha neta
que foste do meu sangue
a primeira mulher
não terás o rosto assim
(avô já sou mulher e
eu não quero)
mas são estes os rostos
que eu quero que lembres
e faças teus porque meus
deste ter sido aqui mais um
(avô já sou mulher e
eu não quero)
mas
hoje é o teu primeiro dia
e esta a flor que te ofereço
(torreira; 2013)
https://ahcravo.com/2019/03/08/cronicas-da-xavega-296/
Nenhum comentário:
Postar um comentário