a memória do arroz

as marés é que mandam

e venho do mar

o arroz é que manda

e a faina outra

a do semear artesanal

da barca da bóia do saco

do voo do arroz

pela mão lançado à água

à terra alagada

ao berço

borda do campo

porto godinho

amieira

vila da rainha

um pouco por aqui andei

colhi onde semeavam

semeio agora

a memória do arroz

a minha

(borda do campo; 2019)

https://ahcravo.com/2019/05/15/postais-do-arroz-1/