O translúcido daquele verde-esmeralda ofuscava sua razão.
Preferiu recolher-se aos mares da insanidade que o rodeavam
nas noites de exaustão em delírio.
Suores à parte,
o martírio repetia-se em sonhos num pulsar de ilusões.
Em tempos de superficialidades,
profundo seria inapropriado,
até mesmo inconveniente,
quem sabe impróprio ao seu mergulho
num abissal de amor.
Desprotegido,
sufocou-se nos suspiros do sal das lágrimas,
marinas apáticas,
cais das lamentações.
Despertou a tempo de reencontrar-se além do horizonte
numa desconcertante viagem
ao centro do nada.
©rosangelaSgoldoni
RL T 7 049 739
Classificado em primeiro lugar na Antologia Sem Fronteiras pelo Mundo 2020 (categoria verso), vol. 5, lançada na Feira do Livro de Lisboa.
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