segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A música que sai da rede

Luciane Mediato

Especial para o Diário


Internet: rede de informática que interliga diversos computadores e possibilita o acesso à toda espécie de informação e conteúdo. E é dentro desse universo on-line que os novos músicos ganham visibilidade e fãs.

Com o advento de sites como Trama Virtual, MySpace, YouTube e SoundCloud, basta saber afinar os instrumentos, preparar a voz, gravar um bom som e divulgar a sua arte. E nesse cenário musical surgem novos artistas que conquistam o público já cansado das músicas comerciais.

Um dos exemplos é a cantora pernambucana Lulina, que começou gravando músicas, populares melodramáticas, em CDs para dar de presente, e chegou à rede por indicação e pedidos dos amigos. "Em 2004 comecei a colocar as minhas músicas no Trama Virtual e fazer postagens com as letras e fotos no Fotolog. O resultado foi que no meu primeiro show tinha muitas pessoas curiosas que já conheciam meu trabalho pela internet. As redes sociais são quase como um telefone sem fio. As pessoas conhecem nossas músicas, trocam experiências, elogios e às vezes criticam. Mas a interação é a melhor parte de tudo isso", afirma Lulina.

Há quem duvide que a internet seja o novo berço musical, mas a realidade prova que esse meio de divulgação e relacionamento entre bandas e cantores com público veio para ficar. Uma prova disso é o disco Meus Dias 13, fruto da interação entre a cantora e os seus fãs. O álbum foi construído em cima de 13 músicas compostas por frases que o público enviava para o blog Lulilândia, contando como tinha sido o dia 13 daquele mês.

E se você acha que tudo isso fica só na rede está enganado. Depois de toda interação no mundo virtual, Lulina lançou em 2009 seu primeiro CD de estúdio, o Cristalina. Além disso, algumas de suas canções viraram trilhas de filmes e seriados como A Mulher Invisível e Alice.

O Grande ABC também não fica de fora desse mundo de downloads de álbuns e produtos voltados para o público on-line. O Projetonave, que começou em meados de 1997 em Santo André, segue um estilo de experimentações com blues, rap, funk, folk e hardcore, também lança seus CDs desde 2001 na rede. "A nossa primeira demo tape na internet foi lançada em um site dedicado a bandas independentes. E em 2004 lançamos nosso primeiro disco no site oficial da banda disponível para download e totalmente free. Acredito que seja necessário essa interação na rede, pois o público também pode modificar o nosso som com remix", diz Akilez, vocalista do grupo.

A banda Ecos Falsos, que caiu na rede desde 2004, tem como característica os produtos que criam para internet, como os clipes interativos. "A gente entrou nas redes sociais para se aproximar do nosso público e de fãs de bandas que tocam um som parecido. Atualmente, a internet se tornou uma realidade que as novas bandas terão que passar", afirma o guitarrista Gustavo.


http://www.dgabc.com.br/News/5852656/a-musica-que-sai-da-rede.aspx, publicado 23/01/2011, acessado 24/01/2011.

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