quarta-feira, 27 de abril de 2011

Todo dia é Dia do livro

Todo dia é Dia do livro: "


O primeiro livro


Hoje é o Dia do Livro e aniversário de Monteiro Lobato. O primeiro livro de que me recordo ter lido e que me introduziu no mundo das Letras, fazendo-me descobrir a paixão pela Literatura, foi uma indicação da professora de Português, em minha infância: Emília no País da Gramática, de Monteiro Lobato.


Lobato, recentemente, teve sua obra Caçadas de Pedrinho quase banida das bibliotecas e salas de aula das escolas públicas do país, sob a alegação de que há preconceito racial contra a personagem Tia Nastácia, a empregada negra do Sítio do Pica-Pau Amarelo.


Não sou fã das obras do Lobato, mas, naquela época, menina ainda, ler um livro inteiro, de verdade, e gostar, foi uma experiência marcante. Ainda lembro o formato e o cheiro do livro. Quem não tem uma referência de Monteiro Lobato em sua infância? Banir suas histórias é negar uma parte de nossa História, pois a Literatura tem a função de recriar a realidade e refletir sobre ela.


Construindo novos leitores


Durante toda minha vida tenho lido, por prazer ou por força da profissão. Na verdade, é mais prazer que propriamente trabalho, pois meu objetivo é despertar o interesse pela leitura em meus alunos, sem nenhuma intenção didática, mas, pura e simplesmente, pelo prazer de ler o que se quer, livremente.


Para manter meu emprego, certa vez, tive de suspender o trabalho com as Memórias póstumas de Brás Cubas, devido à insensibilidade e ignorância de uma dona de Colégio, a respeito de um romance de tanta profundidade e sutileza. Se a criatura teve contato com a obra de Machado de Assis, ainda na adolescência, e teve de lê-lo por obrigação, não pôde, na época, alcançar a beleza e a profundidade de seus textos.


Ler tem de ser algo fascinante, sempre bom. O poder dos livros de nos fazer sentir a dor dos personagens é inexplicável. E, como professora, tenho o dever de mostrar essa paixão: ensinar como é bom ler, não só mandando o meu aluno ler, mas lendo com paixão para ele. E eu leio para eles, e com eles. Se puder transmitir essa paixão para o aluno, o resto acontece naturalmente.


E, quando vejo que um aluno se apaixona pelos livros, isso me faz crer que alguma influência eu tive nisso. Saber que contribuí para formar mais um leitor e que para mais um cidadão todo dia será o Dia do Livro tem um valor que vai além do profissional. Em época de leitores digitais, acredito que o contato com o livro de papel continua uma experiência quase passional.


E para os meus amigos, todo dia é o Dia do livro para vocês também? Então, que tal aceitarem o desafio de fazer da leitura um programa legal?



Imagem: Uma estrutura de escultura, feita de uma grande pilha de livros, no saguão de um prédio do governo perto de Queens Park.





2009 Sturm und drang! | Denise Rangel| Direitos reservados





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