anos
muitos serão noventa
inocência
pureza
olham-me
para além de
mãos
céleres nas résteas
um
povo uma história um desejo
o
país que sonhei para ti
não
é este
muito
menos o que te querem
ofertar
insónia
fome dor
beijar-te
os olhos
pedir
desculpa
se
não for capaz de resistir
tu
mereces tudo o que te
querem
retirar
e
é tão pouco o que te tens
os
modelos não têm povo dentro
têm
fórmulas concebidas por gente
que
desconheces
criadoras
de mundos outros
não
aquele
que
sonhei para ti
não
é este o país
que
te queria ofertar
nem
é este o país
que
tu gostarias de deixar
roubados
somos
espoliados
de nós
resta-nos
ser a réstea
a
sufocar o terror
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