segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sentindo sentidos

Verdade, os cinco sentidos se fundem,
se confundem numa dança misteriosa e imperceptível,
mas tangível a menor variação de nosso amor próprio.
O solilóquio na tristeza pode ser um discurso na euforia.

Bem, eu diria que não somos órgãos separados,
mas pedaços combinados para juntos sermos total,
afinal, quem nos criou sabe tudo, duvida?
Da vida até a morte está tudo programado.

Mas não quero falar desse longo assunto,
mas junto aos sentidos senti-los a vida talhar,
falhar ao sorrir pelos olhos, dizer com as mãos,
senão não seriamos um todo, mas alguma coisa.

Quando a alegria nos ataca, logo os olhos brilham,
fincam em nosso rosto o sorriso que vem a seguir.
Deglutir o bife acebolado que seu perfume delata,
relata que o olfato come bem antes que o paladar.

E quando o olhar pousa em foto recente ou antiga,
ativa o perfume das flores lá eternizadas.
Tateadas as escuras as coisas são vistas pelas mãos,
ou então como faríamos para achar os fósforos e a vela?

É somos uma criação perfeita e completa,
por horas discretas, por outras extravagantes,
insinuantes, muitas vezes empertigadas,
mas malfadadas ao nos sentirmos superiores.

O ser humano só será um todo, completo
se tiver, mesmo que discreto, um amor escondido,
fundido dentro da alma, ligado ao coração,
a emoção é mola mestra que atesta que somos viventes.

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