terça-feira, 30 de novembro de 2010

... DEIXARAM RASTO(?)...

Querem nos apagar a memória,
deletar nossa história.
Tudo isso ao custo de alguns milhares de reais,
aqueles tais que faltam, para a merenda, saúde, segurança.
Vingança?
Talvez de um tempo em que não tinham eira,
vivendo a beira do ostracismo social, político.
Porém, mais que a ribalta lhes importava ter um ser mítico.
Um semi-deus cantado em verso e prosa,
figura airosa que viesse do seio do povo.
De novo?
Pois é, tentaram montar uma saga(?) quixotesca,
ou uma cópia grotesca cercada de frases de efeito,
palavravas que calassem no peito de um povo cansado.
Um povo celebrado as vésperas dos pleitos e
esquecido quando eleitos todos aqueles a quem adulavam.
Mas não queria falar disso, queria ver com que compromisso,
vão montar o museu do trabalhador,
é um museu meio que contando a história daquele senhor que ganhou mundo,
ganhou espaço, ganhou tudo que lhe era dado.
Até ganhou do Barac, coisa rara, um afago chamando-do de "o cara".
Esqueceu a terra que lhe deu notoriedade,
a cidade em que saiu do macacão para ser a estrêla solitária de uma bandeira.
Mostrou as unhas, afiou as garras e enchendo o discurso de marra, rumou ao planalto central.
Agora devagarinho, os que gravitavam a sua volta, os amigos de sempre, aqueles de cartas marcadas.
Aqueles de grandes "mancadas", entram para tomar seu lugar.
Largar o osso? Jamais, acostumou-se aos refletores,
convive com seus detratores como se lhe fossem irmãos.
Então? Melhor o inimigo ao lado do que pelas costas.
Agora o que ninguém nota ou não o quer fazer,
é perceber que o cara está montando uma equipe paralela,
aquela balela de um olho no gato outro no peixe.
Se amarrar tudo em feixe não dá um quilo,
daquilo que nos desfazemos pela manhã.
Que importa, mes que vem Ano Novo, tem Natal,
em fevereiro carnaval, e assim o povo esquece.
Os novos donos do pedaço pela güela descem e assim vamos caminhando.
Como sempre nos acostumando, reclamando, mas só observando a lida,
reclamando as escondidas com se reivindicar fosse pecado.
O fato é que mais uma vez somos como gado no pasto,
uma graminha, um pouco de sal, um cocho para a ração de atrativos.
Paleativos que em breve serão cantados em loas,
na boa ou to ficando velho, esse filme é antigo,
ou a vida tá me dando lastro,
todavia repito, estão deixando rasto, ah! que estão, estão.

Um comentário:

  1. Attílio,

    Já falei para você que sou seu fã!
    Texto literariamente maravilhoso!

    Saudações Poeta

    Manoel Hélio
    poeta

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