segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ESCAMBO - uma conversa comigo

Lembrei-me desse vocábulo em desuso. Lembrei-me de tanta coisa que trocamos na vida.
A infância pela juventude.
A juventude pela maturidade.
A maturidade pela velhice.
Trocamos a vida com nossa família de origem em prol de originarmos outro grupo familiar, mesmo agregando este ao primeiro.
Ao longo da vida trocamos de casa, de bairro, de cidade as vezes até de país.
Trocamos, na vida escolar, nossa insegurança(?) intelectual por algo que nos fará companhia ou se nos pesará por toda a vida, o futuro sócio/profissional.
Pois é, vamos trocando.
Trocamos de pares, trocamos de ares, trocamos de idéia, trocamos o que houver por trocar.
Algumas porém, nos são perenes como a fé, o amor, a responsabilidade ou a falta dela, o companheirismo ou o individualismo exacerbado, e por aí vai.
Quando falo do individualismo, não falo apenas daquele indivíduo que ensimesmado, recolhido dentro de seu eu, cria um mundo que lhe seja a imagem e semelhança(?), mas também naqueles grupos, familiares ou não, que ajuntandos em torno de um ideário que, por vezes passa longe de ser um ideal, agem mesmo que em detrimento da coletividade.
Pois é, muitos, mas muitos mesmo, vivem 361 (trezentos e sessenta e um) dias em torno da folia celebrada em outros poucos quatro, alguns trabalham 11 (onze) meses em ansiedade do descanso de um, daquele único em que descansam.
A grande e imediatista maioria, resmunga de segunda a sexta-feira em troca de um sábado e um domingo. Contamos no calendário a chegada de feriados, principalmente os alongados.
Aí também vemos o espírito de troca, dia a dia pela folia, ocupação por ócio, de trabalho pelo afastamento, mesmo que temporário, da faina diária.
E o ser humano continua trocando.
Troca de dieta, troca de cabelereiro, troca de trabalho, troca de canal, troca de carro troca de troca e segue a vida.
Agora, muitas dessas trocas nos pesam, pesam mas não há retorno.
No último final de semana, vimos um bom exemplo dessa troca.
Meu povo e minha "pova" (eheheh!), alguns "patriotas" trocaram o rumo que gostariam de dar ao país por 4 (quatro) dias de "doce deleite", muitos creditaram ao seu unitário sufrágio a falta de peso eletivo.
Esqueceram que o milhão é a soma de muitos "uns".
Esqueceram que quatro anos tem muitos mais dias que um feriado prolongado.
Chorar o leite derramado?
Será a moeda recorrente desses.
Agora, àqueles que crêem, é interceder junto ao Pai e pedir-Lhe que ilumine e abençoe os desígnios de nossa nação, bem como daquele(a)s que o forjarão, aos que não creem assim, ficar na torcida ou na resignação do provir.
No entanto, temo pelos que ficam eternamente "deitados eternamente em berço expendido".

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