terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Admir Ferro avalia que os próximos dois anos serão difíceis

Da Redação

O vereador Admir Ferro (PSDB) comentou a derrota do governo Luiz Marinho (PT) com a eleição da nova composição da mesa diretora para o biênio 2011/2012. Para o parlamentar os próximos dois anos serão ainda mais difíceis para o governo, pois o prefeito terá dificuldades para aprovar seus projetos na Câmara. Ele também falou sobre a formação do bloco que já é chamado de Centrão.

ABC REPÓRTER - Como o senhor analisa os dois primeiros anos do governo de Luiz Marinho (PT); as relações da administração com o Poder Legislativo e a recente derrota do prefeito para a eleição da mesa?
Admir Ferro - Infelizmente, São Bernardo atravessa fase de desmonte e retrocesso. O prefeito prometeu o governo da mudança, mas até aqui, só houve piora. Os avanços que havíamos conquistado durante a última década, especialmente na Educação e Cultura, etão sendo diluídos. Foram abandonados os laboratórios de informática, bibliotecas interativas, ateliês de artes, formação musical, bandas mirim, jovem, corais e a formação continuada dos profissionais da educação. O Poder Legislativo é o espelho da população. O prefeito ficou sem qualquer controle sobre a Câmara porque não dialogou nem mesmo com os vereadores que lhe davam sustentação. Marinho ainda não desceu do palanque, não caiu a ficha de que é preciso começar a governar.

REPÓRTER - Como avalia que serão os próximos dois anos?
Ferro - São Bernardo não merece o retrocesso. Para o bem da população seria necessário que o prefeito mudasse sua postura e iniciasse o governo com diálogo. Ele se cercou de assessores do seu partido que foram derrotados e importados de Santo André. Aqui, temos a sensação de que ele não se interessa, não comanda o governo. Ocupa-se tão somente da política partidária e do projeto para reeleição. Os próximos dois anos serão ainda mais difíceis porque, sem apoio, terá dificuldades para aprovar seus projetos.

REPÓRTER - O prefeito põe a culpa na oposição pela morosidade de seu governo. O que pensa disso?
Ferro - É o estilo típico de quem não tem projetos relevantes e procura se fazer de vitima. Tudo o que beneficia a população recebeu votos favoráveis da oposição. Ocorre que foram poucas as iniciativas neste sentido. O prefeito consumiu praticamente todo o primeiro ano querendo aprovar a qualquer custo uma reforma administrativa para criação de cargos. Enquanto isso, obras importantes para o sistema viário, com financiamento internacional garantido, se desenvolveram a passo de tartaruga como é o caso do São Bernardo Moderna. Quem paga a conta é a população cada vez mais presa nos congestionamentos. Somos apenas 3 vereadores no PSDB numa bancada de oito. Ficamos com a presidência do Legislativo, a Comissão de Constituição e Justiça e a Comissão de Saúde. Se conseguimos os votos dos parlamentares que davam apoio ao prefeito é porque eles perceberam, através do contato com a população, que a administração Marinho é uma decepção.

REPÓRTER - O prefeito precisa da aprovação da Câmara para obter R$ 323,4 milhões em empréstimos para dar de contrapartida às obras do Programa de Aceleração do Crescimento. A oposição vai apoiar?
Ferro - Em nenhum momento dissemos que vamos votar contra as obras do PAC. Ocorre que o pedido de empréstimo chegou agora, ao apagar das luzes do ano legislativo, e estamos estudando as implicações sobre o endividamento do município e da lei de responsabilidade fiscal. Quem vai pagar o empréstimo serão os munícipes, depois que findar o atual governo de Marinho. É preciso cuidado.

REPÓRTER - O novo ambiente da Câmara, com a formação do centrão com cinco vereadores que poderão votar com a oposição, indica nova composição de forças para as eleições de 2012?
Ferro - É cedo ainda para pensar em 2012. Nossa missão é zelar pelas finanças e constitucionalidade dos atos do governo. Para isso fomos eleitos e agimos em coerência com o mandato que nos foi delegado. Política é causa e efeito, ação e reação. Tudo vai depender muito da postura do prefeito. Se ele insistir em continuar querendo passar o trator sobre o Legislativo será difícil concluir seu governo com algum saldo positivo. Creio que o cenário de 2012 começa a ser definido neste próximo ano. A administração de Marinho precisa mostrar a que veio, algo que ainda não aconteceu. Ao contrário de muitas posturas do partido do prefeito, não somos da turma do quanto pior, melhor. Ao contrário, gostaríamos imensamente que São Bernardo retomasse os índices de conquistas que vinha obtendo. Esta é a nossa luta.


http://www.jornalabcreporter.com.br/noticia_completa.asp?destaque=11990
, publicado 30/12/2010, acessado 11/01/2010.

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