segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Homem Que Roubava Isqueiros


Por que? Não sei. Ele também não sabe. Quando menos percebe, já está em sua mão ou bolso, um novo isqueiro, oriundo de alguém, alguma mesa, alguma festa. Laranja, branco, amarelo, verde, preto, azul. Pequeno, médio, grande, vários modelos.

Dizem que começou na infância. Dizem que começou na adolescência. Um dia começou. E ainda não terminou. Por maldade? Não. Por hábito? Talvez. Mas o fato é: sumiu-se mais um isqueiro.

E lá vai ele checar seus bolsos ou abrir suas mãos. E lá o encontra, laranja, verde, azul...já o indicaram ir à um psicólogo para tentar entender o que se passa. Mas, como seria? O que aconteceria? Não sei, talvez algo como:

- “Olá Doutor, vim me consultar”

- “Ok meu filho, seja bem-vindo, mas me conte...qual é o seu problema?”

O homem então adentra-se com uma grande arca de madeira e a abre. Milhares de isqueiros reluzem, como uma arca cheia de jóias, ou relíquias de um navio pirata. Sim, uma coleção imensurável, variada, valiosa. Anos de um árduo trabalho furtivo. Sim, uma arca só de isqueiros. E então ele diz:

- “Doutor, está aquí o meu problema”

O Doutor observa a cena, atônito, resignado e diz:

- “Ok meu filho, vamos tratar de você, mas vamos fumar um bom charuto antes de iniciarmos a nossa sessão. Você viu o meu isqueiro por aí?”

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