sexta-feira, 26 de agosto de 2011

POR QUE AS PESSOAS CORREM TANTO NAS ESTAÇÕES DO METRÔ?


E não importa o horário, nem fluxo. Madrugada, manhã, almoço, tarde, noite. Horários de pico ou não. Qualquer horário, todos os dias, uma multidão corre.
Condicionamento? Estão atrasados para seus afazeres? Ou correm simplesmente por correr, porque correm todos os dias? Se, por amostragem, eu entrevistar alguns, talvez dirão: “Corro porque todos correm”. Ou: “Corro porque quero bater o meu tempo de ontem, baixar a marca em 1 min”.
Não sei. Sei que todos os dias eu tomo empurrões, esbarrões, porque caminho em passos normais, respirando, zen e ouvindo a saudosa BandNews FM ou uma música. E com fone no ouvido em intensidades brandas, ok? Nada de incomodar o próximo.
A diferença de tempo de chegada em um mesmo lugar não é mais que 5 minutos, comparado àquele que passou por mim, já suado e ofegante, em passos acelerados, quase à correr, ou correndo mesmo. Muitas vezes iremos pegar o mesmo metrô, pois ele correu e correu, mas não tinha nenhum trem na plataforma, nem tampouco ouvíamos algum a chegar.
A cidade grande, o caos no transporte público, devido à uma infraestrutura equivocada e faltosa, fizeram da nossa população grandes corredores, amadores e sofredores. É o sistema. Relato essa percepção pois sou usuário diário do metrô e pego todos os dias os horários de pico na Estação Pinheiros e Consolação.
Rush (não a banda Canadense) e Caos (não o álbum do Sepultura). O que fazer? Correr uai, ou não, pois não há espaço físico, devido ao montante humano. Culpa do metrô? Também não. Culpa do Estado, que não acompanhou o ritmo de construção metroviária da Cidade do México, por exemplo, que começou na mesma época que o metrô de São Paulo.
Falta de infra, fato. Infra equivocada e atrasada, fato. Desvio de verba pública, fato. É um conjunto, que desemboca nas estações superlotadas e calorentas, onde observamos diariamente nossos bravos e dignos trabalhadores, a correr.
Como diz uma canção minha, chamada “Amor”: “...o caos conturbado no dia nublado, violão batida teclado; trânsito latente impacientes se olham de lado; tudo parado, a rua alagada isola o cercado, do povo que chóra e sofre calado...”

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