sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PSDB cogita prévia entre Ferro e Minami

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC


A rusga entre o deputado federal William Dib (PSDB) e o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), evidenciada durante eleição para comando da coordenadoria regional do PSDB no fim de semana, deve ocasionar prévias no ninho tucano para a disputa eleitoral de 2012. O vereador Admir Ferro, apadrinhado por Dib, e o presidente da Câmara, Hiroyuki Minami, apoiado por Morando, podem brigar pela preferência da legenda para concorrer ao pleito para a Prefeitura de São Bernardo.

Durante a sessão no Legislativo, ontem, Minami confidenciou na sala do café que Morando o procurou para montagem de chapa interna para o processo de definição do postulante tucano para sucessão de Luiz Marinho (PT). E disse estar "preparado" para o desafio. Minutos mais tarde, já no plenário, desconversou sobre possível negociação com o deputado estadual. "Não tem nem definição sobre pré-candidaturas", comentou.

Nas trincheiras tucanas, o que se comenta é que Morando quer marcar território no diretório municipal, mas sem se expor. Desde a derrota na eleição de 2008 para Marinho, o deputado estadual tem perdido força no PSDB de São Bernardo. Nem mesmo o triunfo em renovar seu mandato na Assembleia amenizou o isolamento e a indisposição criada com Dib.

O ex-prefeito de São Bernardo teceu elogios a Ferro, dizendo que o vereador seria um bom candidato na cidade. Ferro é considerado o postulante com maior capacidade de agregar aliados, entre eles o deputado estadual Alex Manente (PPS). A candidatura do vereador também serviria para blindar Dib, já que a avaliação tucana é de que Marinho dificilmente perderá eleição do ano que vem.

Morando negou que tenha cogitado apoiar Minami em prévias tucanas. Ressaltou que as especulações não passam de "boataria pré-eleitoral" e que só irá definir seu rumo no pleito municipal em 2012.

Personagens por ora secundários em uma disputa interna entre caciques, Ferro e Minami concordaram que o ideal é lançar candidato sem prévia. "Sei que é um instrumento legal do partido, mas o consenso é o mais prudente. Muitas prévias deixam marcas e rachas, e que se refletem na corrida eleitoral", argumentou Ferro. "Não podemos dar armas aos adversários", opinou Minami.



ÂNIMOS EXALTADOS

O clima no caldeirão tucano esquentou ainda mais no fim de semana, durante eleição para coordenadoria regional do PSDB. Com a iminente vitória de Dib para dirigir o partido no Grande ABC, o prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira, tentou emplacar o secretário do grupo. Como não conseguiu eleger alguém de seu bloco, Kiko criticou publicamente o deputado federal.

Dib contra-atacou e aproveitou para alfinetar Morando. Afirmou que Kiko estava trabalhando para o deputado estadual e que havia cantado vitória para assumir a coordenação antecipadamente.



Governo acredita que SBCPrev será aprovada na próxima sessão



A bancada governista do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), garantiu que a criação do Instituto de Previdência de São Bernardo será aprovada pela Câmara na sessão da semana que vem.

O projeto de lei foi adiado novamente nos trabalhos de ontem, mas aliados mostravam confiança de que o texto será referendado no dia 24.

Líder do Executivo na Casa, Antônio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete (PT), disse que a propositura só não foi avalizada ontem porque a administração colocará emendas no texto original. As alterações, segundo o petista, serão demandas tiradas da audiência pública da terça-feira, em que servidores municipais criticaram a proposta da Prefeitura.

O funcionalismo não concordou com diversos pontos do projeto, como perda de representatividade na nova autarquia, possibilidade de terceirização da gestão de investimentos e alto número de cargos destinados ao sistema.

A oposição tentou, sem sucesso, retirar a matéria da pauta dos vereadores. Alega que há inconstitucionalidades na criação da SBCPrev e que o novo instituto poderá ficar obsoleto caso o governo federal aprove lei que tramita no Congresso regulamentando as previdências em todo o País. "Não adianta colocar um monte de emendas em um projeto que já está errado. Será uma colcha de retalhos e malfeita", opinou o vereador Admir Ferro (PSDB).

O Executivo conta com votos essenciais para aprovação do item, como os dos vereadores Antonio Cabrera (PSB), Ivanildo Santana (PSB), Miranda da Fé (PPS) e Ary de Oliveira (PSB). Ao todo, a base situacionista acredita que o projeto receberá 14 adesões.



Legislativo pode retirar plebiscito sobre criação de cadeiras



O presidente da Câmara de São Bernardo, Hiroyuki Minami (PSDB), cogitou retirar a proposta de plebiscito para definir se haverá aumento no número de vereadores a partir de 2013. Para o tucano, a Lei Orgânica do Município não é específica sobre o tema e não define o peso do resultado de consulta popular no processo.

O artigo 23 da LOM versa que o Legislativo tem autonomia para convocar e autorizar plebiscitos, mas não especifica se a Casa pode aplicar a consulta. Segundo Minami, não há tempo hábil para que se faça emenda à legislação atual para que haja o parecer da população sobre a criação de oito vagas de vereador.

"A questão não é só fazer o plebiscito. Temos esse problema jurídico e que, mesmo se sanássemos, não saberíamos quem iria arcar com os custos do plebiscito. Não é uma discussão simples", argumentou o tucano.

Estimativas preliminares apontam que o acréscimo no número de parlamentares inflacionará R$ 5 milhões nas contas da Câmara. O prefeito Luiz Marinho (PT) pediu prudência aos parlamentares, alertando que não irá aumentar o repasse para o Legislativo. Atualmente, a Prefeitura transfere R$ 54,3 milhões e, além do impacto financeiro dos novos vereadores, Minami projetou reformar o prédio legislativo. A obra está orçada em R$ 36 milhões e deve ser paga em dois anos.

A discussão será ampliada na reunião da Frente Metropolitana, no dia 22, em Osasco.


http://www.dgabc.com.br/News/5907389/psdb-cogita-previa-entre-ferro-e-minami.aspx, publicado 18/08/2011, acessado 19/08/2011.

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