domingo, 28 de julho de 2013

Capítulo 5 - O sorriso da cachorra


 O SORRISO DA CACHORRA
Capítulo 5

A primeira vez
outro irmão de André estava de folga da sonda de petróleo na qual trabalhava, havia deixado o Recife e também sua faculdade, para trabalhar em Alagoas. Como seu pai, sempre acordava cedo. Nesse dia, esse irmão bateu na porta de seu quarto, chamando-o para ir à praia. Ele já estava acordado pela ansiedade do encontro que ocorreria à tarde.
Prontamente respondeu que iria. Então tomaram café juntos. Apesar de ele não gostar de comer pela manhã, não resistia ao cuscuz da Tetê, sua babá e a de seus irmãos há 27 anos. Foram então à praia, nadaram um pouco e pararam para tomar uma cerveja. O dia estava muito quente, e as cervejas os refrescaram. Seu irmão o convidara para comer uma “camarãozada”, insistindo que esse prato era afrodisíaco, e “ele precisaria logo mais”, falou seu irmão, em tom de brincadeira. Ele falou então da paixão que estava vivendo e que estava muito feliz. Seu irmão, um homem experiente o advertira com base no que ele lhe contara que, provavelmente, ela ainda estaria casada. André afirmou que havia dado a ela toda a oportunidade em dizer tudo sem constrangimento e risco para seu relacionamento. Mas ela afirmara não mais estar morando com o marido. Visitava-o apenas para ele poder ver seu filho, já que o pai de Patrícia não admitia a presença do rapaz em sua casa. Depois que almoçara o delicioso camarão sugerido por seu irmão, já voltando para casa, ele ligou para ela e confirmou o encontro de logo mais.
Ele não conseguiu dormir após o almoço, estava muito ansioso. Patrícia chegou pouco depois da hora marcada, mas não tinha ninguém em casa, como ela havia pedido, talvez por vergonha da família dele. Estava, como sempre, linda! O cabelo, como sempre usava, estava preso acima das orelhas, deixando a parte de trás solto. Vestia uma saia tipo indiano com tons esverdeados e uma blusa bege que deixava seus ombros descobertos.

O quarto de seu irmão foi o escolhido, já que ficava no final da casa e assim não seriam incomodados. O quarto tinha uma cama de solteiro, do lado direito, uma pequena mesinha acoplada à cama, que seu irmão usava para escrever seus poemas. Do lado esquerdo, ficava o cavalete de pintura, próximo à janela, que dava para o quintal. Nas paredes alguns quadros recém-pintados. O quarto tinha cheiro de tinta fresca. Ele a pegou pela mão e a levou ao cavalete onde havia um quadro ainda inacabado. Ela, quando adolescente, havia iniciado um curso de pintura e, portanto, se interessava por artes plásticas em geral. Enquanto ela apreciava o quadro, ele acendeu um incenso e se aproximou lentamente, colocando suavemente as mãos sobre os ombros dela, deslizando pelos braços, virando-a para si e beijando-a calma e carinhosamente. Assim abraçados, ele podia sentir seu corpo quente e excitado. Ele a levou sob beijos e carícias à parede, pressionado-a, e beijava-lhe o rosto, os ombros e o pescoço; acariciava seu corpo ainda vestido. A noite começava a cair quando a levou para cama. Ao lado, sobre a mesinha, havia um rádio de pilha, que tocava músicas de Caetano Veloso, Chico Buarque, Ney Matogrosso e, é claro, Tim Maia e Gal Costa, que cantava “Dia de domingo”. André deitou Patrícia e, delicadamente, tirou sua blusa, beijando e acariciando seus seios e barriga. Sua pele branca e seus seios rosados o fascinaram. Tocou com as pontas dos dedos os mamilos dela, fazendo movimentos circulares. Repetiu esses movimentos com a língua, desceu suas carícias até que pôde tirar sua saia, acariciando suas coxas e panturrilhas, e beijando atrás de seus joelhos. Só depois de uma longa expedição por seu corpo, olhando, acariciando e beijando-a, pôs-se então a beijar seu sexo. Ela apertou os lençóis e o colchão, largando-os em seguida e pondo as mãos sobre a cabeça dele, acariciando vigorosamente seus longos cabelos, ao tempo que o trazia mais para si, contraindo-se e gemendo. Após prazeroso tempo e quase que como em súplica, ela o trouxe para cima de seu corpo, e ele a penetrou. Ela expandiu-se sobre a cama e soltou um curto gemido; levantou as pernas e as cruzou sobre os quadris dele, apertando-o com prazer. Ela então gemia baixo, como se não desejasse ser ouvida. Eles se contornavam na cama, procurando realizarem tudo, como se fosse a última vez que se amariam.
Já era noite e ela adormecera. Ele não conseguira conciliar o sono. Ficara olhando-a e admirando-a como se ao seu lado estivesse mais que uma mulher, um sonho! A sua “boneca”, como sempre a chamava.

Após esse dia, encontravam-se periodicamente, sempre à tarde. Aos poucos foram se conhecendo mais. Ela, muito tímida, assustava-se com qualquer barulho quando faziam amor; ele, sempre compreensível, a acalmava. Conversavam com intensidade sobre relacionamentos, compreensão, amizade e sinceridade. Ela, certa vez, dissera a ele que nunca havia atingido o orgasmo com outro homem. Faziam planos para o futuro e brincavam com tudo, riam muito. Eles se encontravam sempre na casa dele, pois não podia aparecer em público, já que ela afirmara que o seu parceiro anterior não aceitava a separação. Além disso, ninguém poderia saber que eles estavam juntos tão cedo. O filho dela tinha apenas dez meses. André compreendia: não queria prejudicá-la, estava muito apaixonado e não via motivo para não acreditar, pois ele deixara Patrícia totalmente à vontade para tomar as decisões que ela achasse melhor.
APENAS R$ 3,50 promoção de LANÇAMENTO no AMAZON

http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.casasbahia.com.br%2FO-Sorriso-da-Cachorra-405590.html&h=ZAQELqKsw
R$ 26,01 (Brochura)
*Daniel Barros, 44, escritor e fotógrafo alagoano residente em Brasília, é autor dos romances O sorriso da cachorra, Thesaurus, 2011, Enterro sem defunto, em processo de edição, Editora LER e Coletânea Contos Eróticos, editora APED.


Nenhum comentário:

Postar um comentário