domingo, 27 de abril de 2014

A ÁRVORE POR TIOZINHO CASSIANO



Um dia um menino sentiu um forte desejo em seu coração ao ver uma grande e majestosa árvore e o ímpeto de também plantar uma. Não sabia ao certo explicar esse sentimento; só sabia no seu íntimo que deveria fazê-lo.

E com esse desejo levantou-se pela manhã de posse de uma pequena muda de salgueiro, árvore frondosa, bela e conhecida também por proporcionar boa sombra.

Depois de muito procurar achou o lugar ideal, era à beira de uma estrada e  próximo dali havia também uma pequena nascente com água fresca e cristalina que brotava do ventre da terra.

E ali ele a plantou e após tê-la regado com água da nascente ele partiu... Afinal tinha escutado o seu coração e sentiu-se feliz por isso. Talvez nunca retornasse, mas essa ideia não o preocupava. Estava feliz e isso lhe bastava.

Passaram-se muitos anos e a árvore cresceu se tornando bela! Era preferida pelos passarinhos que ali se aninhavam para dar sequência ao ciclo da vida. Nesse dia o sol estava realmente quente e sob esse sol caminhava um viajante que já andara longos quilômetros e se sentia fadigado, um pouco desanimado quanto ao propósito daquela viagem que seria chegar a sua Casa e poder abraçar sua esposa e seus filhos que há muito não os via.

Queria chegar antes do entardecer porque poderia ver o pôr do sol refletido nos rostos e olhos brilhantes de seus pequeninos e o sorriso nos olhos de Maria sua esposa. Ao partir acalentava esse sonho, mas com sol escaldante esse via cada vez mais remota essa possibilidade de realização porque a sede e o cansaço o tomaram por completo.

Num ponto da estrada avistou uma árvore e essa visão o alegrou muito, mas o seu coração disparou ao ver uma nascente e as gotas d'água brilhante ao sol e aquela divindade gentilmente se insinuava. Ajoelhou-se e com as duas mãos em conchas sorveu aquela água com avidez... Era a vida, o ânimo e a felicidade... Depois de ter aplacado sua sede adormeceu ao pé daquela árvore...

E sonhou... Sonhou com sua família... Estavam felizes e radiantes, mas sonhou outros sonhos que eram lindos! Até aquela idade nunca houvera sonhado assim, logo após o descanso revigorante... Retornou seu caminho, mas não era mais o mesmo homem cansado que sonhava em chegar ao entardecer e abraçar os seus... Já não sonhava mais sentia uma certeza batendo forte em seu coração e com essa certeza seguiu em frente e ali naquele momento nascia um novo homem.


(Tiozinho Cassiano)

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