segunda-feira, 12 de maio de 2014

Arrumando as malas - Aline de Andrade



Sobre o (romance) livro: “Arrumando as malas”
Por: Célio limA.


“Sem música a vida seria um erro” (Friedrich Nietzsche)


Dia desses ao assistir ao especial da Elis Regina no programa Ensaio do ano de 1973. Ficara tatuado em minha mente como ela verbejava com certa constância a palavra “transar”. Dizia ela estar transando isto, isso, aquilo... Trabalhando valorosamente com tal expressão. Eu vejo nesse romance da poetisa Aline de Andrade, como ela transa com a música, a solidão, a dor, a saudade, o amor e a paixão dentro de um olhar puramente da mulher brasileira. Toda a dor que grita e rasga com a alma feminina diante dos encontros e separações, as solidões tumultuadas pela própria vida como ela é. Está presente nessas páginas que cheira mesmo quando lidas virtualmente à sangue, suor, gozo e orvalhos delirantes. Vi a autora outro dia preocupada ou noiada com possível interpretação errada na expressão pornofonológica utilizada como recurso textual ou poeticamentefalando pano de fundo ou de frente em seus capítulos. Pedi ati-humildemente para ela deixar de viagem e seguir sua atual espiritualidade não descartando a força vital da sua arte, que tem uma certa critica há certos comportamentos juvenis e de época, além de servir didaticamente por propor um retorno há certo humanismo promovido e vivido por gerações passadas. A beleza do livro é a importância que ele dar a música tanto nos diálogos dos personagens ou em sua rotina. Às vezes são panos, cortinas ou janelas, outras vitaminas, energéticos ou até revitalizador potencial. Fora um prazer tal leitura que me surpreendera positivamente ao fim. Vejo também que a transa com a música seja uma ponte entre altos e baixos sentimentos humanos sentidos como universos paralelos do humano seja vividas e percebidas ou não na esfera intima, externa ou virtual do próprio ser. Então por oras direi... Plagiando combinadoramente o poeta Lara quando em um verso passado dissera que o poeta Miró da Muribeca é tão importante quanto o Charles Baudelaire, direi que Aline de Andrade em sua expressão literária é para mim tão importante quanto a Sylvia Plath.

“Quanto à cor do sentir, cada um que sinta por si” (Miró)

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