Coluna do Rick traz retrospectiva de bandas que surgiram no ABC

Rick And Roll

Antes de iniciar o artigo desta semana, adianto que não sou defensor do culto a nostalgia, muito menos um saudosista profissional, entretanto, insisto em dizer que só iremos construir o futuro e entender o presente se atravessarmos as fronteiras do passado. Nesta 3º edição, não desistirei de citar os músicos e grupos musicais de gerações passadas, que hoje vivem em algum canto do desinteresse da sociedade moderna.

Ventos de mudança

O inicio dos anos 70 sinalizou um momento especial no cenário artístico, vários clubes e salões de baile que até então mantinham as portas fechadas para os cabeludos grupos de rock, agora começavam ceder espaço diante dos decibéis deste barulhento cenário.
Vale lembrar, os inúmeros clubes, como Cerâmica, Acascs, Saad, Cresc, Ocára, Sberock, São Caetano E. C., que receberam vários grupos musicais, como: Mutantes, Secos e Molhados, Rita Lee & Tutti Frutti, O Terço, Casa das Máquinas, Made in Brazil, Novos Baianos, Pholhas, Placa Luminosa, Sundays, Kompha, Corrente de Força, Lee Jackson, Montry, Zappa e Memphis, que deixaram sua arte no coração de milhões de pessoas.
Nesse momento, vários grupos começam a aparecer no ABC. Em Ribeirão Pires surge o Enigma, formado por músicos que moravam na região, entre eles, o guitarrista Pepeu Gomes que iria integrar Os Novos Baianos, o baterista Odair Cabeça de Poeta que formou o grupo Capote e o baixista Pedrão fundador do grupo Som Nosso de Cada dia.
Em São Caetano, concorrendo com Os Botões, surge o grupo Porão 99. Em sua formação original era formado por Oséas, Danton, Décio e Nelsinho.
O segredo do sucesso do grupo sempre foi devido às apresentações ao vivo, com direito a acrobacias e arranjos improvisados, como utilizar extintores de incêndio, papel picado, pólvora e curto circuito com palha de aço.
No 100º aniversário de São Caetano, o Porão 99 apresentou-se ao lado do grupo Joelho de Porco e encerrou o show tocando o clássico Bhoemian Rhapsody do Queen, levando o público ao delírio.
O grupo mudou de formação várias vezes e através do seu empresário Álvaro José, o Porão 99 se transformou numa conceituada banda de baile apresentando-se em dezenas de cidades e em muitas capitais, ganhando vários prêmios que não resistiram ao amargo ciclo da glória e do esquecimento.
E antes que eu esqueça:
Tire o pé da parede !!!

http://www.jornalabcreporter.com.br/noticia_completa.asp?destaque=12410, publicado 15/02/2011, acessado 15/02/2011.