O sorriso da cachorra - Capítulos 34 & 35
Parte 3
Trabalho
U
|
m amigo tinha um sítio onde criava alguns porcos e mantinha
um pomar. Então a cada 15 dias, André ia lá para orientar o caseiro, e, na
maioria das vezes, Patrícia o acompanhava. Era uma viagem agradável. Antes da
chegada ao sítio, eles paravam em uma bodega para comprar algumas cervejas.
Chegando ao sítio, André junto com o caseiro percorria o sítio, enquanto
Patrícia colhia algumas frutas e orientava a esposa do caseiro sobre saúde,
higiene e alguns cuidados.
André tinha orientado o caseiro para prevenir algumas
áreas contra a erosão, então era necessário que o trabalho fosse feito o mais
rápido possível, antes das chuvas.
Depois do trabalho, sentava embaixo de uma árvore à beira
de um açude, onde pescavam algumas tilápias que fritavam para comer com
farinha, pimenta e cerveja. Conversaram sobre a extrema necessidade de uma
reforma agrária no Brasil e como viviam melhor os trabalhadores que tinham um
pedaço de terra para plantar. O dono do sítio tinha dado metade do terreno para
seu caseiro, e era visível a qualidade de vida que ele tinha em relação aos
trabalhadores da redondeza.
Na volta, sempre paravam para comer em uma churrascaria
na beira da estrada. Comiam churrasco acompanhado de salada, arroz e feijão de
corda, bebiam cerveja e terminavam com um licor de casca de laranja, cuja
acidez deixava um sabor refrescante e a boca levemente adormecida.
No carro, Patrícia
repousou a mão na perna de André, que logo começou a tocá-la nas coxas, entre
as pernas e nos seios. Com a ajuda dela, conseguiu abrir a calça e chegar até a
calcinha, que estava molhada. Ele ficou tocando seu sexo, enquanto ela,
gemendo, se esticava e apertava a mão dele sobre seu sexo, e estimulava seus
próprios seios. Ele diminuiu a velocidade para poder controlar melhor a
situação. Fazia muito calor e o suor escorria pela lateral de seu corpo. As
carícias e afagos continuaram até que ela atingiu o orgasmo.
Agora era ela quem o
acariciava, e pediu para parar o carro, para que fizessem amor no canavial. Mas
já começava a escurecer e André achou por bem não parar. Ela passou a
apalpá-lo, e por sobre a calça soltou o cinto dele e abriu seu zíper, pondo seu
sexo excitado para fora. Enquanto André acariciava os cabelos de Patrícia, podia
observar os lábios carnudos e macios dela, e deslizar em seu sexo, em
movimentos calmos e ritmados, lhe proporcionado um prazer sem igual. Carros e
caminhões passavam, mas eles não se incomodavam. Ao final, ela deitou em seu
colo e adormeceu.
Quando chegaram a Maceió estavam cansados e resolveram
não sair naquela noite. Apenas ficariam na casa dele e dormiriam juntos.
Comprou uma garrafa de vinho e beberam juntos no quarto, ouvindo música e
dançando nus, com apenas a luz que entrava pela janela e cobria seus corpos.
Ela usava seu o perfume predileto, a fragrância o hipnotizava, aumentando ainda
mais seus desejos.
Patrícia acordou, e André permaneceu dormindo, deitado de
bruços com as mãos debaixo do travesseiro, o corpo nu: o lençol cobria apenas
seus quadris. Ela o acariciou nas costas e beijou seu cangote. Em seguida,
levantou, tomou um banho e foi tomar café na cozinha, não quis acordá-lo. Fora
informada por David que a irmã dela havia ligado, na noite anterior, mas ele
não quis acordá-los. Na realidade, ele ao se aproximar do quarto ouvira a
música e não quis chamá-los.
Patrícia, depois de tomar seu café, ligou para a irmã,
que, recém-separada, estava namorando com o dono do sítio onde André prestava
orientação. Ela perguntara se Patrícia e André podiam ficar com o filho dela,
para que ela fosse a uma festa com seu namorado. Patrícia ficou de falar com
André.
Depois que André tomou café, foram à praia. Estava um dia
lindo! A praia estava com muita gente, como num dia de domingo no verão. As
jangadas deslizavam sobre as águas calmas da enseada da Pajuçara e ficavam
pequenas no horizonte rumo às piscinas naturais. Já não era tão bonito de se
ver, pois antes as velas das jangadas eram brancas. Agora todas tinham
propagandas de lojas, butiques e outros nomes, o que tirava um pouco a beleza
rústica de quando eram apenas jangadas de pescadores, que agora não mais
pescavam, só transportavam turistas. Apenas uns poucos mantiveram a pesca de
jangada, porque o lucro com os turistas era muito maior e o trabalho menor e
muito menos arriscado.
À noite, quando André
chegou ao apartamento da irmã de Patrícia, ela já estava pronta. O garoto
assistia um desenho na TV, e na mesa havia salgados, queijos, patês. Também
havia cerveja na geladeira. Antes, tinham locado alguns filmes. O namorado da
irmã de Patrícia não demorou a chegar, e eles saíram em seguida. Quando o
garoto dormiu, Patrícia o colocou no quarto, e os dois, Patrícia e André,
deitaram-se no tapete da sala. Ele pegou cervejas e ficou ali assistindo a um
filme. Ela pensava como fariam para fazer amor sem acordar o garoto. Lembrou
então que sua irmã havia deixado um aparelho que, ligado no quarto do garoto,
transmitia para aonde eles estavam. Ela fechou a porta do quarto e voltou só de
calcinha. Sorriu para André e falou:
— Tá calor hoje, não tá?
Ele sorriu,
e ela continuou:
— Fique aí, “paradinho”. Hoje sou eu quem vai deixar você
louco.
Patrícia
começou a dançar. Como André estava sem camisa só de calça, ela olha e vê que
ele está excitado. Pensou em beijá-lo, mas sabia que se fizesse isso naquele
momento, ele não a soltaria mais. Então continuou a dançar e a tocar-se:
passava as mãos sobre os seios, descendo pela barriga até a calcinha. Ela
estava molhadinha. Só a luz da TV a iluminava, vindo por trás dela, que se
mexia, virava-se de costa para André. Súbito, pegou uma garrafa de cerveja e
passou no corpo, deixando escorrer um pouco sobre seus seios e fazendo com que
ele a lambesse. Deitada, colocou cerveja em sua barriga e ele a lambeu toda.
Assim, levantou suas pernas dobradas para junto do corpo, e ele pôde colocar
cerveja em seu sexo, bebendo ali sem deixar escorrer uma gota... Com os corpos
entrelaçados, André a penetrou e fizeram amor ali mesmo.
No dia seguinte, André
precisou viajar. Portanto, à noite, fizeram uma bela despedida. Patrícia estava
com muita saudade, pois André precisara viajar a trabalho e ela ficara só.
Estava dando treinamento sobre merenda escolar, uso adequado, balanceamento
nutricional e administração de recursos, etc., para escolas públicas estaduais.
Quando falava sobre controle de qualidade, foi questionada sobre o rigor das
análises por um representante da Secretária de Estado da Saúde. O controle de
qualidade era também uma forma de evitar a corrupção; portanto, os alimentos
não poderiam ser comprados sem uma posterior análise. Na hora, teve vontade de
explodir e chamá-lo de corrupto, mas se saiu muito bem explicando tecnicamente
aquele assunto e, com isso, teve o apoio das demais pessoas ali presentes, o
que isolou o corrupto. Após esses seminários, fora convidada para assumir a
Diretoria de Controle de Qualidade da Secretaria de Educação Municipal de
Maceió, aonde posteriormente teve enormes problemas com o diretor de Compras e
o diretor Administrativo: um tinha sido expulso do MST, justamente por suspeita
de corrupção, e o outro, vindo do partido da vice-prefeita, havia sido preso
por não pagamento da pensão aos filhos. Ingenuamente, ela e André levaram a
situação à vice-prefeita, que simplesmente inverteu os diretores, um assumindo
o lugar do outro, e demitindo Patrícia. Para evitar corrupção, tinha
reformulado toda a estrutura da Secretaria, no período em que esteve lá. Agora,
tudo isso acontecendo, apesar de todas as evidências, pois, um dos diretores
ter aberto um mercadinho, onde os fornecedores eram também fornecedores da
merenda escolar da prefeitura. A vice-prefeita manteve os diretores, pois não
queria demiti-los. Alegou que a demissão mancharia a imagem da Secretaria de
Educação, que era do seu mesmo partido. Patrícia ficara revoltada, pois tinha
trabalhado duro, não só na secretaria, mas também na campanha eleitoral, para
eleger o primeiro prefeito de “esquerda” em Maceió. E agora tinha de ver toda
aquela corrupção, sem poder fazer nada.
André havia viajado a
Bahia. Foi a uma cidade à beira do Rio São Francisco, cujo prefeito havia
conhecido em Brasília. Ele o convidara para implantar o serviço de controle de
qualidade em sua cidade. Chegando ao hotel, tomou um banho e desceu para
jantar. Só avisaria o prefeito de sua chegada no dia seguinte, não queria se
hospedar na casa dele. Comera um peixe típico do Rio São Francisco, o surubim,
de sabor suave, mas de carne bem característica e tenra. Estava muito quente e
bebera umas cervejas para se refrescar. O hotel não era muito grande, mas era
aprazível. Depois do jantar, sentou-se na varanda para fumar seu cachimbo e
respirar aquele agradável cheiro de ar puro de cidade do interior. Após algumas
cervejas, ficou animado e buscou informações com o garçom sobre algum lugar
onde as pessoas da cidade se encontravam. O garçom o informou que próximo dali
tinha um barzinho.
Era um bar pequeno, com muitas mesas na calçada. As
poucas que havia dentro estavam ocupadas. Assim, todos se concentravam nas
mesas externas, o que atenuava bastante o calor que fazia. A rua era dividida
por um canteiro central, e os dois melhores bares da cidade ficam um de frente
ao outro. André escolheu o que tinha mais mulheres desacompanhadas. Percebeu a
chegada de uma morena de cabelos longos e negros, que vestia minissaia jeans e
blusa amarela. Quando ele passou, ela comentou com uma amiga:
— Isto é que é homem, não estes bestas daqui.
André não gostou, já que na mesa daquela moça tinha um
cara que, depois pôde notar, era o namorado dela.
— Não gostaria de se sentar com a gente? – perguntou a
morena.
— Garçom, quero uma cerveja bem gelada. Estou bebendo
sozinha e não quero que esquente.
André não respondeu.
— Ta bebendo só porque quer – falou a mulher.
— Cala a boca, vagabunda! – disse André. – Respeita seu
homem.
— Garçom, aquele homem me insultou – disse o namorado da
mulher.
— Nesta hora é que gostaria de ser homem – falou a
mulher.
— Acha que eu deveria bater neste otário, querida? –
disse o namorado. – Você! Que história é esta de falar assim com minha
namorada?
— Olha, tenho certeza que veio aqui para se divertir;
então se acalme. – disse André.
— Pensa que tenho medo de você? – respondeu o namorado.
— Claro que não, mas sei que não veio aqui para brigar.
Isto pode terminar mal para você.
André sentiu uma mão forte em seu ombro e uma voz rouca:
— Mesmo porque, se veio aqui para brigar, vai brigar
comigo e passar a noite no hospital – falou um negro grande que apareceu por
trás da mesa de André. – Aqui na nossa cidade a gente recebe as pessoas bem, e
não é isto que você está fazendo.
Era um negro alto, forte, cabelos bem curtos, olhos
grandes e vermelhos, bigode enorme que, apesar do forte calor, vestia calças
jeans e paletó preto e camisa também preta.
— Desculpa! Seu João, não sabia que ele era seu amigo –
disse o namorado.
— Agora vá embora! Pague a conta e vá – disse o negro. –
Desculpe – reportando-se a André –, o senhor deve ser o Dr. André?
— Sim – respondeu André.
— Sou João da Paz, assessor e segurança do senhor
prefeito. Ele me falou que talvez o senhor chegasse hoje e me encarregou da sua
segurança.
— Sente-se – disse André, levantando-se para
cumprimentá-lo. – Gostaria de beber algo?
— Sim, obrigado! Garçom, uma quartinha[1].
— Como soube que eu estava aqui?
— Não entra ninguém nesta cidade, sem que eu saiba.
O garçom chegou com um copo americano cheio até a boca de
cachaça, e entregou para o João. Quando o homem sentou, seu paletó abriu e
André pôde ver o enorme revólver de cabo branco, na cintura dele. Bebeu a
cachaça de uma só vez e sem colocar o copo na mesa levantou a mão na direção do
garçom, que o encheu novamente. Ele colocou o copo na mesa e disse:
— Fique à vontade, Doutor. Faz de conta que não estou
aqui.
André conversou um
pouco sobre a cidade. Seu João não era de falar muito, só respondia o que lhe
era perguntado.
Quando estava indo embora, em seu carro, João o seguiu em
outro. Viu duas garotas saindo do bar, parou o carro ao lado delas e perguntou
onde teria outro lugar para tomar uma última dose. Elas disseram que ali perto
tinha outro bom lugar. André falou que não conseguiria encontrar e as convidou
para ir com ele. Elas aceitaram e entraram em seu carro. Logo mais a frente
param: era um posto de gasolina com mesas na lateral e algumas pessoas
sentadas. Não havia muita gente e estava agradável. Seu João não sentou com
eles, sentou só em uma mesa próxima. André olhou para ele para convidá-lo, mas
antes mesmo de falar algo, João responde com a cabeça que não. Uma das meninas
era morena, peitos pequenos e cabelos curtos; a outra era branca, cabelos claros
e longos, corpo esguio. A conversa começou a ficar apimentada, ao ponto de
André convidá-las para o seu hotel. A de cabelos longos aceitou. Então, ele
deixou a morena em casa e levou a Gabriela, a de cabelos longos, para o hotel.
Lá, já entraram no quarto beijando-se e tirando as
roupas. Gabriela era magrinha, mas tinha uma bundinha empinada e usava uma
calcinha minúscula, e sabia da beleza da sua bunda, pois gostava de ficar de
quatro.
— O que você quer que eu faça? – perguntou ela. – Quer
gozar na minha boca? – e, virando-se, colocou a boca no sexo de André, dizendo
– Goza! Quero sentir o seu leitinho quente na minha boca, vem goza nela!
Fizeram sexo e caíram no sono.
Por volta das 4h da
madrugada, André acordou com Gabriela com a boca em seu sexo, enquanto se
masturbava.
— Agora quero que você coma minha bundinha. Adoro sentir
o pau entrando, enquanto me masturbo.
Ela então ficou de
quatro, e deitou a cabeça na cama. Ficando com a bunda para cima, colocou o
dedo na boca e começou a chupar enquanto com a outra mão se masturbava.
— Dói, mas pode empurrar que eu gosto.
Quando André acordou, Gabriela não estava mais ali.
Levantou-se, tomou um banho e saiu para tomar café. Estava atrasado para a
reunião com o prefeito; então se apressou, embora estivesse com uma ressaca
danada. Quando saiu do quarto, lá estava seu João na porta esperando-o para
levá-lo à prefeitura. Tomou café e foi para prefeitura.
O Quarto de Cima da Casa Dela
Quando voltou de viagem, Patrícia pediu para André dormir na
casa dela; sua família havia viajado e ela ficara só. Ele comprou algumas
cervejas e levou para casa dela. Quando chegou, ela o esperava com um vestido
preto de alças finas, justo em seu corpo e acima dos joelhos. Estava linda! Os
cabelos presos, rabo de cavalo. Não usava sutiã e seus seios despontavam sob o
vestido. André colocou as cervejas no chão, a abraçou e a beijou.
|
— Você está linda! – disse.
— Senti muita saudade! Como foi com o trabalho?
— Bom, o prefeito parece ser um homem honesto. E você,
como foi no trabalho?
— Foi muito bom! Só um corrupto que tentou atrapalhar,
mas resolvi tranquilamente.
— Estes filhos da puta! – exclamou André.
— No fim de semana fui a Barra de Santo Antônio.
— Oxente! E não pegou sol?
— Choveu, e senti tanto a sua falta. Não tem um lugar
naquela casa e até mesmo na praia em que não me lembre da gente namorando e
fazendo amor.
— Nunca fizemos na beira do rio (risos).
— Também nunca fomos lá juntos. Se formos te agarrarei
(risos).
— Eu te amo! E não conseguiria viver sem teu amor – disse
André.
— Esta semana pareceu uma eternidade, todos notaram que
eu estava triste, sem você.
—
Quero ter você sempre ao meu lado. Não tem mais jeito, sempre vou te amar.
— Não sei o que
acontece comigo quando você não está. Sinto você presente; sinto até mesmo seu
cheiro. Então procuro por você, como se estivesse aqui, em algum lugar.
—
Teremos esta noite só para nós dois.
— Fiz siri pra gente comer com cerveja. Vamos beber lá em
cima.
Em cima tinha uma suíte, circundada por uma ampla
varanda. A vista dava para a lagoa, e a noite estava linda. A lua pairava sobre
a lagoa, e uma leve brisa soprava deixando a noite mais amena. Ficaram a
conversar e planejar como seria o futuro deles juntos, como seriam seus filhos,
quantos gostariam de ter. Dançavam e se beijavam. A dança e as cervejas os
deixaram excitados. André tentou tirar as roupas dela, mas ela não deixou. Quem
estivesse passando na rua poderia vê-los. Então foram pro quarto, em frente à
cama tinha um espelho, onde eles podiam se olhar enquanto se despiam. Começaram
a fazer amor ainda em pé. Patrícia ficou de costas para ele, apoiou-se na cama
de frente para o espelho. André a penetrou enquanto segurava seus longos
cabelos. O luar entrava pela grande janela do quarto cobrindo seus corpos
entrelaçados.
— Eu te amo! Nunca vou te deixar. Adoro fazer amor com
você, André.
Adormeceram nus e agarradinhos. André acordou com o som
do chuveiro. O dia estava lindo! Juntou-se a Patrícia no banho, pois eles
adoravam fazer amor no chuveiro. Tomaram café juntos e foram para a praia.
Quando voltavam da praia, eles viram uma mulher com uma
criança nos braços ser assaltada por um menor, que correu com a bolsa dela.
Para seu azar, correu na direção de André, que lhe acertou um direto de direita
bem no meio da cara. Em seguida, André pegou a bolsa e devolveu para a mulher
que lhe agradeceu muito.
À tarde, ele e
Patrícia foram para casa dela. Na porta de casa encontraram Cecília, e pararam
para conversar, enquanto ela esperava o marido chegar. Algumas pessoas passavam
e entre elas uma mulher com uma cadela boxer, muito magra e mal cuidada.
Cecília conhecia a mulher e a questionou sobre a situação do animal. Ela
respondeu que era de seu pai e que a cadela ficava presa a uma corrente o dia
inteiro e que comia resto da comida da casa. André ficou indignado, pois sabia
que era uma família que tinha uma situação financeira boa. Propôs, então, levar
a cadela, já que tinha um macho da mesma raça, desde a morte de sua cadela
pastor alemão, criava boxer. A mulher disse que falaria com o pai. André se
adiantou e pegou a guia da cadela, e falou:
— Se seu pai não gostar, mande-o pegar a cadela de volta,
comigo. Agora pode ir.
Era uma cadela grande, caramelo, com o peito branco e
também um colar branco em volta do pescoço. André cuidou dela juntamente com a
mãe, logo começou a se recuperar. Ela tinha muito medo quando alguém chegava de
bicicleta, resultado de algum trauma em sua vida de sofrimento, mas era uma
alegria só. Sempre brincalhona e obediente, tinha um hábito: quando alguém
chegava à casa triste ou brava, ela sentava ao lado e abria os dentes, com sua
cara achatada. Parecia sorrir, ou talvez estivesse realmente sorrindo para
alegrar quem estava triste.
[1] copo americano cheio até a boca de
cachaça.
*Daniel Barros, 45,
Fotógrafo e escritor alagoano residente em Brasília, é autor dos romances O
sorriso da cachorra, Thesaurus, 2011,Enterro sem defunto, Editora
LER coletânea, Contos Eróticos editora e contos sobrenaturais APED, 2013 e
Membro da Associação Nacional dos Escritores - ANE. Pós-graduado em Polícia
judiciária.
Amei, muito interessante seu blog. Abs
ResponderExcluirhttp://cristinadeutsch.blogspot.de
Querida Cristina, todos os capítulos anteriores foram postado aqui. Espero que goste.
ResponderExcluirGrande abraço