Você já se perguntou quantas
vezes pensou em alguém, embora não houvesse nenhum motivo que realmente o(a)
inspirasse? Pois é, alguns encontros podem ser definidos assim: rápidos e insossos.
O curto tempo dispensado a alguém
que, por alguma razão misteriosa, não correspondeu ao seu apelo, parece ganhar
uma proporção maior do que é na verdade. E isso incomoda, porque não há respostas
para o recalque que se instala dentro do seu ser.
É como se fosse uma obra
inacabada, ou ainda um projeto que só pôde ser visto numa maquete ou na planta.
É a sensação frustrante de não viver alguma coisa que, independentemente de dar
certo ou não, promove certo desfrute.
É errado concluir a permanência do
azedume operante nos dias que se sucedem...
Mais fácil é desencantar a ideia
que se pretendeu abraçar, que, por ventura, tenha se instalado devido a
carências quaisquer.
Um carinho querido, esperado, quando
não realizado, dói. Talvez, doa bem mais que o carinho sentido e já não disponível.
Conversa rasteira diante do olhar
ainda em construção. Pedidos oclusos, confissões ressentidas...
Quem não toma tendência, como
dizem os sem papas na língua, passam nos caminhos alheios, obtusos, avessos ao
desejo.
Insípidos, calejados com os mesmos
defeitos. Abrindo mão de rateios de carinho que os abrasariam, deixando pra
trás o estado latente entorpecente, ainda que desatentos.
Indivíduos assim, que não se
permitem amar ou simplesmente gostar, são frouxos até o osso. Gastos pela
inabilidade com a qual se comprometem. Estes sim são verdadeiramente
indecentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário