Prioridade
Bagagem despachada, celular à mão, sigo para a área de fumantes , espaço externo do aeroporto.
Sim, ainda fumo. Que me critiquem os ex fumantes (o meu momento também chegará).
Conecto-me ao Facebook, comentários ao acaso; retorno à praça de alimentação.
Algum tempo depois, na área de embarque, o alto-falante anuncia o meu voo.
Prioridades à direita. Serão os primeiros a embarcar na aeronave.
Dou-me conta de que há mais de ano sou prioridade.
Prioridades no Banco, nos assentos de ônibus, nas filas em geral.
Permito-me dizer, sem cerimônia, fiquei orgulhosa de mim.
Eu, que temia o rótulo de “terceira idade ou melhor idade”, de encontro à realidade, descubro-me satisfeita com a minha condição preferencial. Uma conquista da minha geração. Geração trabalho, maternidade, casamento, responsabilidades.
Relembro minha mãe aos sessenta anos. Dedicada aos filhos e ao marido, esqueceu-se de viver.
Suas saídas restringiam-se ao supermercado, médicos e casa dos filhos. Não havia espaço para vaidades, cinema e outras miudezas. Suas diversões: netos e o radinho de pilha.
Voltando às minhas percepções, a condição preferencial foi conquistada com luta e um tanto de ousadia. Enfrentando ventanias e alguns vendavais.
Tendo opões de escolha, sem tempo para traçar rotas, percorrendo alguns atalhos, sem rotular meu coração, sou prioridade de mim mesma enquanto andar de braços dados com a lucidez.
Bagagem despachada, celular à mão, sigo para a área de fumantes , espaço externo do aeroporto.
Sim, ainda fumo. Que me critiquem os ex fumantes (o meu momento também chegará).
Conecto-me ao Facebook, comentários ao acaso; retorno à praça de alimentação.
Algum tempo depois, na área de embarque, o alto-falante anuncia o meu voo.
Prioridades à direita. Serão os primeiros a embarcar na aeronave.
Dou-me conta de que há mais de ano sou prioridade.
Prioridades no Banco, nos assentos de ônibus, nas filas em geral.
Permito-me dizer, sem cerimônia, fiquei orgulhosa de mim.
Eu, que temia o rótulo de “terceira idade ou melhor idade”, de encontro à realidade, descubro-me satisfeita com a minha condição preferencial. Uma conquista da minha geração. Geração trabalho, maternidade, casamento, responsabilidades.
Relembro minha mãe aos sessenta anos. Dedicada aos filhos e ao marido, esqueceu-se de viver.
Suas saídas restringiam-se ao supermercado, médicos e casa dos filhos. Não havia espaço para vaidades, cinema e outras miudezas. Suas diversões: netos e o radinho de pilha.
Voltando às minhas percepções, a condição preferencial foi conquistada com luta e um tanto de ousadia. Enfrentando ventanias e alguns vendavais.
Tendo opões de escolha, sem tempo para traçar rotas, percorrendo alguns atalhos, sem rotular meu coração, sou prioridade de mim mesma enquanto andar de braços dados com a lucidez.
©rosangelaSgoldoni
02 09 2014
RL T 4 947 269
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