quinta-feira, 7 de julho de 2011

Servidores de S.Bernardo sinalizam estado de greve

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC

Cerca de 400 servidores de São Bernardo compareceram ontem ao Paço Municipal para rejeitar em assembleia geral a proposta do Executivo com relação ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração. Debaixo de garoa intensa, o funcionalismo votou contra o projeto e, de quebra, sinalizou a partir de hoje estado de greve nos espaços públicos. Sem prejuízo à população, a intenção do encaminhamento é pressionar o governo a não enviar a matéria com a estrutura atual para a Câmara, sob risco de paralisação.

O descontentamento com a medida ficou evidente diante da mobilização dos mais diversos setores da administração. Hoje, a Prefeitura conta com aproximadamente 13,6 mil servidores entre ativos e inativos. Por outro lado, nos bastidores do ato, a eleição no fim deste ano para eleger o comando do Sindicato dos Servidores Públicos seria a razão para, segundo informações, endurecer as tratativas com a gestão Luiz Marinho (PT).

Entre as principais reclamações dos manifestantes está a retirada do item que estabelece a concessão da senioridade - também conhecida como biênio - somente aos funcionários bem avaliados. O benefício trata de reajuste salarial de 2% a cada dois anos para todos os servidores. "Não temos medo de avaliação do trabalho. O problema é que chefes comissionados levam em consideração aspectos pessoais e não profissionais", disse servidor da Educação, que não quis se identificar.

Para o presidente do Sindserv, Carlos Roberto da Silva, o Ketu, existem pouquíssimas melhorias no projeto. "O governo dá de um lado e tira de outro. As vantagens que constam no plano, são pequenas, e são extraídas em outro pontos." Segundo ele, a avaliação dos critérios não foi compreendida nem por técnicos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos.

"Como os servidores serão analisados de forma idônea, sendo que, por exemplo, funcionário fantasma assinava ponto, não comparecia ao local de trabalho e o prefeito reconheceu que o controle sobre a frequência é arcaico?", indagou, referindo-se a Josias João de Paz, contratado para a Secretaria de Esportes, só que atuava em diversas oportunidades em padaria, ao invés de cumprir expediente como gestor de centro esportivo.

Ketu justifica que a prova da injustiça referente à proposta é claramente vista pela falta de receio dos funcionários em dizer ‘não' ao PCCR. "Se não houver avanço, o que é lamentável de alguém que provém da classe trabalhadora, a negociação continuará no impasse. Do jeito que está a peça não interessa." O dirigente sindical alega que o prefeito está extraindo direito adquirido desde 1968 e privilegiando terceirizações.

Marinho havia estipulado enviar a matéria até dia 31 para apreciação do Legislativo, mas garante que, sem consenso, vai retirar o projeto, paralisando as discussões sobre plano de carreira o que, segundo ele, nunca foi oferecido aos servidores da cidade.

De acordo com pesquisa eletrônica do Sindserv - coleta de dados realizada do dia 15 ao dia 1º com 811 servidores -, 98,75% do funcionalismo não concorda com a proposta de PCCR. Na assembleia ficou definido na terça-feira ato do pastel, às 9h, em represália a declarações de Marinho, além de reunião geral dia 27, às 18h. Ambos no Paço. O Sindserv votou ainda envio de carta aberta à população para informar sobre o episódio.



http://www.dgabc.com.br/News/5897940/servidores-sinalizam-estado-de-greve.aspx, publicado 07/07/2011, acessado 07/07/2011.

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