02/08/2011
Vocalista do Motörhead ganha filme
Amado por todos e odiado por ninguém. De longe até parece ter jeitão carrancudo, mas quem conhece jura que, além de carregar simplicidade de sobra, é figura para lá de doce. Sempre de chapéu, botas de couro e cigarro na boca, é gentil e educado, um lord das ruas. Daqueles poucos figurões que não ligam em ser abordados e tiram fotos com qualquer fã.
Além disso, Lemmy Kilmister talvez seja o nome que melhor representa a essência do rock. Sem jamais ter se vendido a modinhas ou mudado sua fórmula de compor para ganhar mais dinheiro, o eterno líder, baixista e vocalista da banda britânica Motörhead tem sua vida escancarada de forma inteligente e cativante no filme 'Lemmy' (Coqueiro Verde, R$ 30 em média), DVD que acaba de chegar às prateleiras.
Os produtores Greg Olliver e Wes Orshoski ficaram junto do britânico durante três anos para obter registros curiosos, deliciosos e engraçados de sua vida. Os músicos de seu antigo grupo, o Hawkwind, o chutaram da banda. E talvez essa tenha sido uma das melhores coisas que alguém já fez por ele. Aí nasceu o Motörhead, que tem como marca registrada sua voz rouca e seu contrabaixo, sempre distorcido e tocado em volume alto, muito alto.
Lemmy trocou o frio de Londres pela ensolarada Los Angeles e, como contraponto aos dias agitados da enlouquecida e fervorosa cidade, leva vida calma. Uísque Jack Daniels, discos dos Beatles e o Rainbow - famoso e pequeno bar da Sunset Boulevard de onde ele praticamente não sai-, são ingredientes que alegram seus dias.
O pequeno e bagunçado apartamento alugado pelo baixista - estrategicamente localizado perto da Sunset - é museu para qualquer fã da banda se deliciar. Discos de ouro nas paredes dividem espaço com as centenas de presentes que Lemmy ganhou dos fãs durante as excursões. Isso sem contar nos artefatos de guerra, sua paixão, que vão desde punhais da Segunda Guerra, passando por armas e bandeiras.
O filme aborda também o grande amor que o músico perdeu quando era jovem e a paixão por seu filho, um dos melhores momentos do longa.
Nomes como Slash, Ozzy Osbourne - que já assinou algumas canções ao lado do baixista - Peter Hook (ex-Joy Division), Henry Rollins e Dave Navarro são alguns dos que revelam admiração pelo artista.
Dave Grohl, líder do Foo Fighters, esboça bem quem é Lemmy: "Dane-se o Keith Richards! Enquanto outros roqueiros de 60 anos ficam viajando com seus jatos particulares e supermodelos, bebendo champanhe em algum hotel de luxo em Paris, Lemmy está em algum canto agora, tomando Jack Daniels com Coca e fazendo rock'n'roll".
Lemmy consegue, diante de um mundo onde cada vez mais se foge dos princípios, envelhecer com dignidade sem se render às regras da maioria. Imperdível!
http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/66/6005/lemmy-o-maior-figura-do-rock.aspx, publicado 02/08/2011, acessado 02/08/2011.
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