terça-feira, 11 de outubro de 2011

ESPELHO

Olho no olho diante do espelho
O que vejo?
Eu ou supostamente um eu desconhecido?
Isso não importa
O que eu vejo é só uma imagem
Ela imita a verdade
Prevalece o reflexo, será este o meu eu dissimulador?

Eis a reflexão: será outro rosto?
Já que não se fixa sob forma ou expressão nenhuma
Sempre móvel e inconstante
O que confunde quem me enxerga para além de seu alcance

É sempre um prazer olhar-se, ou apenas só mais um conceito embutido e implícito de espelho?
Há que se descobrir pra que serve comprometer horas em frente a ele
Que sentido se esconde por trás do desejo de refletir-se?

Não sei... ainda...
A única coisa que vejo reproduz uma parte de mim
Sem que esta parte revele a essência, ou será que sempre diz alguma coisa?
Resta continuar a observar e sabotar qualquer manifestação distorcida.

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