(tem de mudar)
ana amaral
quantos anos a olhar o chão
ana?
da barraca para o mar
o alfredo criança ainda
a teus pés de mãe
são de areia os teus caminhos
de areia o chão da barraca
de areia a tua vida
esboroa-se por entre os dedos
o trabalho
sem outros frutos que não o parco peixe
quantos anos a olhar o chão
ana?
quantas como tu de cabeça
baixa?
habitas ao pé do sonho de muitos
mas só isso
que teu é o pesadelo dos dias
de seres da casa o homem
e de teres criado o teu filho
a força de braço
só os teus
será já tarde para ti
a mudança
mas nunca é tarde para quem te vê
sentir que tem de
(torreira; companha do marco; 2010)
http://ahcravo.wordpress.com/2012/03/07/tem-de-mudar/
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