estou muito longe
de tudo
muito perto
de mim
de tudo
muito perto
de mim
encho-me de mar
e não há palavras
que digam sequer parte
do que sinto
quem sou
é outro
sendo o mesmo que fui
mas muito maior que eu
lavei todo o meu corpo no mar
limpei-me das impurezas urbanas
reencontrei o vernáculo
dos homens que não viram as costas
às ondas
é outro
sendo o mesmo que fui
mas muito maior que eu
lavei todo o meu corpo no mar
limpei-me das impurezas urbanas
reencontrei o vernáculo
dos homens que não viram as costas
às ondas
pesco neles o pão
para estas palavras poucas
e ofereço-vos
do muito que sou agora
o tanto que me ofertaram
para estas palavras poucas
e ofereço-vos
do muito que sou agora
o tanto que me ofertaram
estou muito longe
de tudo
mais eu que nunca
de tudo
mais eu que nunca
(torreira; companha do marco, 14 de junho de 2012)
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