domingo, 11 de agosto de 2013

CAPÍTULO 7  - O SORRISO DA CACHORRA

A Febre

Fazia um dia lindo de verão, como é comum em fevereiro. André terminara de estudar, e aguardava ansioso e apaixonado pela chegada de Patrícia. Ela chegou atrasada, quase no final da tarde, falara que tivera que passar primeiro na casa do seu ex-marido, para resolver algumas coisas.
Ela estava de calças jeans e blusa branca, sem mangas, tipo colete. Seu perfume suave o deixava hipnotizado, e ele a achava cada dia mais linda. André começara a exercitar-se desde o início do namoro e estava bem. Ela achava seu peitoral muito bonito, ele estava sem camisa quando ela chegou, apenas de calção. Abraçaram-se e beijaram-se: tinham uma verdadeira paixão um pelo outro. Foram logo para o quarto. Ele acendera um incenso e colocara música, tinha estudado toda a manhã e seus livros estavam desarrumados sobre a cama. Arrumaram-na e sentaram. Ele encostou-se na parede, e ela deitou a cabeça em seu colo. Ele acariciava seus cabelos e seu rosto, e ela acariciava seus peitos e sorria enquanto ele falava sobre a carta que seu irmão escrevera da Academia Nacional de Polícia, onde estava preparando-se para ser um Agente Federal.
Anoitecera e apenas as luzes das velas clareavam o quarto. André abrira lentamente sua blusa e tocara suavemente seus seios macios e rígidos. Nesse momento começara a tocar a música deles no rádio ao lado da cama. Ele terminara de despi-la e a convidara para dançar. Seus corpos nus queimavam e ele sentia cada centímetro do corpo dela. Suas sombras os acompanhavam naquele momento mágico. A luz suave banhava seus corpos: ela o abraçara forte e ele a beijava apaixonadamente. Ele ajoelhou-se em sua frente, beijando seus seios e seu abdome; ela acariciava seus cabelos. Deitaram-se e ele beijava suas coxas, subindo por entre suas pernas. Ela contraíra-se de prazer, e sussurrava baixinho seu nome, repetidamente. Assim permaneceu até atingir la petite mort. Nesse momento, ela o puxou invertendo as posições. André sentiu pela primeira vez os carnudos lábios dela deslizando sobre seu sexo, enquanto ele acariciava seus cabelos e os colocava para o lado para que pudesse vê-la beijando-o. Ela sentou-se sobre ele, erguendo seu corpo e lançando seus longos cabelos para trás, e mexendo lentamente os quadris. A luz prateava seus pequenos seios e seu belo ventre, e ele os acariciava e ela sussurrava dizendo que o amava, o amava muito!
 Adormeceram após o amor. Quando acordaram, as vela já não mais queimavam, e já era muito tarde, quase meia-noite. Ele sentia muito frio, apesar de ser uma noite quente de verão nordestino, o fato é que queimava de febre. Ela tinha que ir para casa, havia perdido a hora, ele então fora levá-la, apesar da forte febre e da brisa que vinha do mar. Despediram-se quase sem palavras, como se estivessem envergonhados, e ela se foi. Nesse momento, André sentiu uma profunda tristeza, pressentia algo, mas não sabia o quê. Pensou, no momento, que fosse em virtude da febre e voltou para casa muito triste, apesar do maravilhoso dia  que passaram juntos.



*Daniel Barros, 44, escritor e fotógrafo alagoano residente em Brasília, é autor dos romances O sorriso da cachorra, Thesaurus, 2011, Enterro sem defunto, em processo de edição, Editora LER e Coletânea Contos Eróticos, editora APED.

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