CAPÍTULO 7 - O SORRISO DA CACHORRA
A Febre
Fazia um dia lindo de verão, como é comum em fevereiro. André
terminara de estudar, e aguardava ansioso e apaixonado pela chegada de
Patrícia. Ela chegou atrasada, quase no final da tarde, falara que tivera que
passar primeiro na casa do seu ex-marido, para resolver algumas coisas.
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Ela estava de calças jeans e blusa branca, sem mangas,
tipo colete. Seu perfume suave o deixava hipnotizado, e ele a achava cada dia
mais linda. André começara a exercitar-se desde o início do namoro e estava
bem. Ela achava seu peitoral muito bonito, ele estava sem camisa quando ela
chegou, apenas de calção. Abraçaram-se e beijaram-se: tinham uma verdadeira
paixão um pelo outro. Foram logo para o quarto. Ele acendera um incenso e
colocara música, tinha estudado toda a manhã e seus livros estavam desarrumados
sobre a cama. Arrumaram-na e sentaram. Ele encostou-se na parede, e ela deitou
a cabeça em seu colo. Ele acariciava seus cabelos e seu rosto, e ela acariciava
seus peitos e sorria enquanto ele falava sobre a carta que seu irmão escrevera
da Academia Nacional de Polícia, onde estava preparando-se para ser um Agente
Federal.
Anoitecera e apenas as luzes das velas clareavam o
quarto. André abrira lentamente sua blusa e tocara suavemente seus seios macios
e rígidos. Nesse momento começara a tocar a música deles no rádio ao lado da
cama. Ele terminara de despi-la e a convidara para dançar. Seus corpos nus
queimavam e ele sentia cada centímetro do corpo dela. Suas sombras os
acompanhavam naquele momento mágico. A luz suave banhava seus corpos: ela o
abraçara forte e ele a beijava apaixonadamente. Ele ajoelhou-se em sua frente,
beijando seus seios e seu abdome; ela acariciava seus cabelos. Deitaram-se e
ele beijava suas coxas, subindo por entre suas pernas. Ela contraíra-se de
prazer, e sussurrava baixinho seu nome, repetidamente. Assim permaneceu até
atingir
la petite mort. Nesse momento, ela o puxou invertendo as
posições. André sentiu pela primeira vez os carnudos lábios dela deslizando
sobre seu sexo, enquanto ele acariciava seus cabelos e os colocava para o lado
para que pudesse vê-la beijando-o. Ela sentou-se sobre ele, erguendo seu corpo
e lançando seus longos cabelos para trás, e mexendo lentamente os quadris. A
luz prateava seus pequenos seios e seu belo ventre, e ele os acariciava e ela
sussurrava dizendo que o amava,
o amava muito!
Adormeceram após o
amor. Quando acordaram, as vela já não mais queimavam, e já era muito tarde,
quase meia-noite. Ele sentia muito frio, apesar de ser uma noite quente de
verão nordestino, o fato é que queimava de febre. Ela tinha que ir para casa,
havia perdido a hora, ele então fora levá-la, apesar da forte febre e da brisa
que vinha do mar. Despediram-se quase sem palavras, como se estivessem
envergonhados, e ela se foi. Nesse momento, André sentiu uma profunda tristeza,
pressentia algo, mas não sabia o quê. Pensou, no momento, que fosse em virtude
da febre e voltou para casa muito triste, apesar do maravilhoso dia que passaram juntos.
*Daniel Barros, 44, escritor e fotógrafo alagoano residente em
Brasília, é autor dos romances O
sorriso da cachorra, Thesaurus, 2011, Enterro sem defunto, em
processo de edição, Editora LER e Coletânea Contos Eróticos, editora APED.
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