terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O sorriso da cachorra - capítulos 36,37 e 38

São Luís-MA
Ministério da Saúde estava buscando uma padronização dos processos de análises de alimentos, dos laboratórios de Saúde Pública em todo o país. E, para isso, vinha realizando encontros entre todas as regiões, para que se aprovasse um modelo único. Então André viajou para o Maranhão para participar de um desses encontros, acompanhado de um colega da vigilância sanitária.
Quando chegaram ao local do encontro, todos já estavam lá. Entrou discretamente e passou a acompanhar a discussão. Era impressionante, parecia um encontro da terceira idade! De repente, André teve uma visão: uma mulher ainda jovem se movimentando naquele ambiente. Ele a olhou bem, era linda! E era a que mais falava, e a que dominava tranquilamente os assuntos em discussão, sempre propondo algo novo e divergindo dos mais conservadores ali presentes. André ficou encantado com a desenvoltura daquela mulher. No intervalo, eles foram apresentados pelo coordenador do evento, um argentino, velho amigo de André. Representante do Ministério da Saúde e chefe do laboratório de referência, o argentino contava com os dois para implantar novos métodos, já que os mais antigos relutavam em aceitar.
 No último dia do encontro a tarde foi livre, para que todos pudessem conhecer a cidade. Durante o almoço, André combinou com alguns colegas para saírem. Era a sua oportunidade. Então convidou a jovem para irem a um barzinho que fica em frente ao hotel em que eles estavam hospedados. Mas ela não aceitou e disse que ia fazer umas compras. Portanto, não poderia sair com ele. André ficou desapontado, mas o que podia fazer? Acabou indo a outro local, que era mais movimentado durante o dia. A cidade era linda, belas casas antigas e bem conservadas. Uma cidade muito agradável, apesar do calor. Refrescaram-se com algumas cervejas até o final da tarde e então voltaram para o hotel, para tomarem banho e se trocarem para a noite. André havia conhecido umas garotas e marcara para logo mais encontrá-las.
Estava deitado enquanto esperava seu colega de quarto tomar banho, quando o telefone tocou. Era uma voz com um belo sotaque cantado. Que surpresa! Ela, a jovem que havia conhecido, estava ao telefone. Para a sua surpresa, ela gostaria de saber se eles iriam sair. André respondeu que iria ao barzinho em frente ao hotel. Ela disse que o esperaria no saguão do hotel.
Ao chegar ao saguão, ela não estava. Perguntou, então, à recepcionista, que o informou que a moça não estava no quarto. Não era possível! Ele demorara demais e ela não esperou, foi isso. Então foi ao barzinho na esperança de encontrá-la, mas nada; ela não estava. Pediu uma cerveja e uma cachaça. Todos já haviam chegado, e falavam, contavam histórias de encontros anteriores e riam muito. Súbito, André sentiu mãos sobre seus olhos, e que perfume maravilhoso! Ela estava com uma calça preta e uma blusa vermelha. Era de pele branca e cabelos pretos. Apressou-se em colocá-la sentada ao seu lado. De repente, a noite mudou, ficou mais bonita com a presença dela. Conversaram sobre diversas coisas, música, poesia, política, sobre as eleições presidenciais, e descobriram que tinham votado no mesmo candidato, o que tinha perdido, mas que continuavam na esperança que na próxima eleição ele ganharia.
André percebeu que circulava pelo bar um garoto vendendo rosas. Pediu licença e, sem ser notado, comprou uma para ela, a mais bela de todas as rosas do mundo. Ela ficou surpresa e sem graça, mas o beijou no rosto, agradecendo a gentileza. Para os dois parecia que não havia mais ninguém no bar. As pessoas falavam com eles e só na segunda ou terceira vez eles respondiam. Pareciam não estar ali. As horas passaram e alguns já se iam, mas para eles o tempo não passava. De repente só restaram os dois, e os garçons. Eram 04h15 da manhã e o voo de André era às 06h. Pagou a conta, dando uma gorjeta ao garçom, e a acompanhou até o quarto. Mas, para sua tristeza, ela tinha uma colega de quarto e ele não pôde entrar. Na porta do quarto, ela estendera a mão para se despedir, e ele pôs a mão em sua cintura, trazendo-a para si, e a beijou.
Quando voltaram às suas cidades, a saudade já era incrível. Falavam-se todos os dias, e passavam horas ao telefone. Tinham de se encontrar, mas como? Resolveram se encontrarem em Aracaju, meio do caminho entre Salvador e Maceió.

A Capital de Sergipe

Aracaju era uma cidade muito bonita, bem organizada e com uma orla recém-reformada: avenidas largas, bonitas palmeiras em seus canteiros centrais e belos calçadões, com várias barracas de praia. No horizonte podiam-se ver as plataformas de petróleo em alto mar. O sol forte e o céu azul completavam aquela esplêndida paisagem. O hotel fica de frente para o mar, com quartos de belas varandas, todas com redes e mesas com cadeiras onde se podia tomar o café da manhã e apreciar o nascer do sol no belo oceano Atlântico.
— Bom-dia! Tenho uma reserva.
— Em nome de quem?
— André Marinho.
— Ah! A Sra. Ângela pediu para comunicá-la da sua chegada, posso fazê-lo?
— Claro. Como está o tempo por esses dias?
— Muito bom! Tem feito sol todos os dias e à noite não tem feito calor.
A recepcionista era moreno-clara, cabelos castanhos escuros, olhos também castanhos, sobrancelhas bem feitas e um sorriso espontâneo. Vestia trajes tipo havaianos. Conversaram enquanto ele preenchia a ficha, e ela lhe falou que próximo ao hotel havia um restaurante beira-mar muito bom. Tinha música de boa qualidade e que o peixe ao molho de camarão era uma delícia. Caso ele e a Sra. Ângela gostassem de dançar, seria uma ótima opção. Quando terminara de preencher ficha, Ângela chegou: estava de short jeans e vestia uma camiseta branca. Estava super bronzeada, e as marcas do biquíni sob a camiseta contrastavam com sua pele bronzeada. Beijaram-se antes mesmo de qualquer palavra. Sua pele quente do sol o aquecera e o desejo de amá-la era evidente. A recepcionista com os olhos na ficha, apresentava um discreto sorriso.
No quarto, eles já fecharam à porta se beijando e se despindo, espalhando roupas por todo o quarto. O corpo quente de Ângela o excitava ainda mais; a cada toque o prazer aumentava. André a beijou por inteiro, e ela se contorcia sobre a cama e gemia baixo. Ao mesmo tempo cravava suas unhas nas costas dele, que a beijava ardentemente. Seus corpos se entrelaçavam como se há muito tempo se conhecessem. Uma leve brisa, vinda do mar, entrava pela varanda, refrescando seus corpos suados. Ângela ficou deitada sobre ele, e adormeceu.
Acordaram no final da tarde, e resolveram então caminhar na praia. O céu estava com poucas nuvens, e apresentava um amarelo alaranjado. À medida o que o sol se punha no horizonte, a noite chegava e a temperatura se tornava mais agradável. Beberam água de coco e caminharam de mãos dadas, sem pensarem em nada, apenas apreciavam o momento, tranquilos e felizes.
No jantar, aceitaram a sugestão da recepcionista. O local era muito agradável de fato, com dois ambientes, mesas ao ar livre e um segundo ambiente fechado e climatizado, mas com paredes de vidro, de onde se podia apreciar o mar. Como o tempo estava fresco, decidiram ficar no ambiente externo. Beberam cerveja gelada e comeram o peixe da casa, ao molho de camarão. A música era própria para aquele momento, e o cantor, um jovem mulato, interpretava Caetano: Fina estampa (em espanhol) e todo o repertório do disco recém-lançado. Dançaram a noite toda como dois adolescentes apaixonados, no entanto sem as inseguranças da adolescência. Ao final da apresentação, o jovem ofereceu a última música ao casal de apaixonados.
Na manhã seguinte, já acordaram fazendo amor. Depois do banho, tomaram o desjejum na varanda. Estavam famintos, e pediram brioches, ovos, café com leite, frutas e queijos. André gosta de café puro sem açúcar; ela, café com leite e torradas, com geleias. Ela falou que ia separar-se do seu marido, pois há tempos o seu relacionamento não estava indo bem, e o fato de ter conhecido André facilitaria sua decisão. Ele pediu para que ela pensasse bem, afinal eles mal se conheciam e que não tinha pensado sobre o futuro. Ela então explicou que não era por ele que estava se separando, mas porque o relacionamento tinha realmente chegado ao fim.
 Chegaram cedo à praia, que estava vazia. André pediu uma água-de-coco para ela e uma cerveja “estupidamente gelada”. Brincando com o garçom, disse que acabara de chegar do sertão de Alagoas e havia três dias que não bebia nada. O garçom sorriu e lhe atendeu prontamente:
— Está até “mofada”, serve? – falou o garçom, segurando cuidadosamente a cerveja pelo gargalo.
André bebeu o primeiro copo quase que em um só gole, levantando-o em direção ao garçom e agradecendo-o com um sorriso.
A maré estava baixa, sendo necessário andar muito para poderem chegar a um bom local para o banho. A pele bronzeada de Ângela combinava perfeitamente com seus olhos verdes, que ficavam ainda mais verdes com o sol daquela manhã. Comeram ostras carnosas, com um leve sabor metálico e um intenso gosto de mar e beberam cerveja ao som de um grupo de jovens que tocavam samba numa barraca ao lado. Pareciam estudantes comemorando algo, final do semestre, início das aulas, ou algo assim.
Por sugestão do garçom, eles almoçaram pirão de caranguejo fresco feito com a melhor farinha de mandioca do Nordeste, a farinha sergipana. Ficaram na praia, conversando e namorando até o final da tarde. Quando voltaram ao hotel, fizeram amor no chuveiro: a água escorria pelo corpo de Ângela, e as marcas do biquíni delineavam seu sexo e seus seios. Seus corpos se uniam e o prazer tomava conta de suas mentes.
A noite estava quente, ótima para beber cerveja com patinha de caranguejo, e foi o que fizeram. Os barzinhos da praia de Atalaia estavam cheios de gente, as pessoas riam, conversavam e comiam as deliciosas patinhas. Os dois beberam até meia-noite, depois foram a uma boate, onde dançaram a noite inteira e às cinco horas foram à praia ver o nascer do sol, sentados na areia.


Barra de Santo Antônio - Alagoas
Foto: Daniel Barros*
verão começara. Na realidade, começara a primavera. O calor era insuportável, e havia muito tempo que André não tirava férias. Patrícia então pediu para ele tirar alguns dias para que pudessem ficar juntos na praia. Fizeram compras e, pela manhã, viajaram. Era dia de semana e a estrada estava tranquila. André descarregou o carro, Patrícia trocou de roupa e foram para praia. Ela estava usando um biquíni verde e preto, e tinha um lindo sorriso no rosto. Com seus lindos olhos verdes o olhava como se fosse a primeira vez. E ele contemplava aquela linda mulher com corpo e jeito de menina. Patrícia colocou o chapéu panamá dele e sorriu. Beijaram-se, e André pôde sentir de imediato os seios dela excitados e as mãos macias a acariciá-lo. Ele a tomou nos braços e a levou ao mar.
A praia estava deserta, e apenas algumas jangadas no horizonte distante. A água salgada deixava ainda mais verde os olhos de Patrícia. André beijava seus seios brancos e sua boca carnuda, e seus corpos ficaram unidos como um só, enquanto ele a penetrava suavemente, ela o apertava e gemia.
Armou o guarda-sol para proteger as cervejas e, em seguida, passou protetor solar em Patrícia. Nem parecia que habían hecho el amor a tão pouco tempo. Tocá-la o excitava, mas deitada de bruços ela nem notara. Ele achou por bem apenas contemplá-la: parecia estar exausta, pois vinha trabalhando muito nos últimos dias.
Voltaram para casa e fizeram amor no chuveiro. André beijava o corpo de Patrícia ainda salgado. A água escorria por seus corpos e eles se acariciavam e se beijavam como quando adolescentes. Ela ficou de costas e se inclinou, encostando seu bumbum nele e apoiando as mãos na parede, a sussurrar baixinho:
— Eu te amo! E não quero nunca te perder.
E ele:
— Eu nunca vou te deixar, Patrícia! Eu te amo!
Enquanto ela, só de calcinha, preparava o almoço, ele arrumava o quarto e preparava seu material de fotografia, pois planejava fotografar a volta dos jangadeiros, no final do dia. A lasanha estava muito suculenta e levemente picante. Durante o almoço, falaram de como era bom estarem a sós, naquele paraíso quase deserto, só deles, podendo ficar apenas com roupas íntimas ou sem elas, e ouvindo o som das ondas e o vento nas folhas dos coqueiros. André arrumou a cozinha e, quando voltou ao quarto, Patrícia estava dormindo. Ele não a cobriu, estava quente. Ficou um tempo admirando seu corpo nu e adormeceu ao seu lado.
No final da tarde, ele fora fotografar a volta das jangadas. O sol suavizava a paisagem, o céu apresentava um azul claro com nuvens horizontais. Fez algumas fotos a tempo de ainda poder fotografar o pôr do sol no rio Santo Antônio. A lua nova, emoldurada por coqueiros, e o rio escuro estavam lindos!
Voltou no início da noite, e Patrícia ainda dormia. Ele guardou seu material, abriu uma cerveja, bebendo o primeiro copo de uma vez. Em seguida, lavou o rosto com água fria, acendeu seu cachimbo, colocou um cd no aparelho, e ficou a contemplar o céu estrelado.
A noite estava linda! André e Patrícia, sentados na areia, esperavam o nascer da lua, que mesmo antes de nascer já deixava no horizonte um grande clarão. Ela surgiu com seu lindo amarelo, espalhando sobre o mar o rastro que hipnotiza os apaixonados.
— Nós poderíamos acordar para ver o nascer do sol? O dia deve surgir sem nuvem alguma – disse André.
— Estou tão cansada! Gostaria de dormir até um pouco mais tarde.
— Tá bem, que horas quer acordar?
— Às 8h30, está bom?
— Quer que faça o café antes?
— Não! Quero que me acorde com beijos. Sentir sua boca em meu corpo é gostoso – ela sorriu, olhou para ele e o abraçou. – Adoro quando você me acorda para fazer amor.
— Adoro te acordar – eles riram e ele a beijou no cangote, levantando o copo de cerveja. – Um brinde à minha princesa!
A noite não estava quente e soprava uma leve brisa vinda do mar. Patrícia adormecera no colo de André, e como era linda a sua princesa! Seu rosto, iluminado pelo luar, parecia o de uma deusa. Naquele momento nada mais importava; o mundo se resumia ao mar e à lua que trazia do horizonte seu rastro de luz. Iemanjá espalhava seus cabelos sobre o mar em direção a eles e a embriaguez que não se sabe se pela cerveja ou pelo amor. Mesmo ela adormecida, ele recitou baixinho um poema de Mário Quintana, enquanto acariciava seus cabelos e sua face.
Foto: Daniel Barros
O dia amanhecera como André previra. Antes mesmo do amanhecer, o sol foi antecedido por tons amarelos esverdeados. Os pássaros voavam baixo e pequenos cardumes de peixinhos saltavam no mar calmo, e algumas jangadas já se espalhavam naquela imensidão do Atlântico, em busca dos mais deliciosos camarones. Enquanto os jangadeiros não voltavam com seus camarões, André caminhara um pouco na esperança de encontrar alguns insetos, calangos e teias de aranhas ainda molhadas pelo orvalho da noite, para fotografá-los. Antes de acordá-la, comprou alguns camarões para o almoço e para petiscarem com cerveja.
Patrícia estava de bruços, a perna esquerda semidobrada, e abraçava o travesseiro. O lenço cobria-lhe apenas parte do seu bumbum e um pouco de sua perna direita. A janela entreaberta deixava passar apenas poucos raios de luz. Ele beijou a nuca de Patrícia e desceu por suas costas, beijando seu bumbum e suas coxas. Ela acordara, mas fingira dormir; suas penugens douradas pelo sol a denunciavam. Com um leve toque, ele a virou podendo ver então seus lindos peitinhos excitados, seus pelos pubianos recém aparados e seu sexo úmido. Como resistir? Ela adorava sentir o bigode dele sobre seu clitóris, que ele beijava suavemente. Ao se aproximar do orgasmo, ela se contraiu e segurou a cabeça dele entre as pernas e gemeu um murmúrio de prazer.
— Não para, não para! Hum... hum... Agora quero gozar com você dentro de mim... Vem... vem...
Ele então sentiu todo o calor e a umidade ao penetrá-la. Levantou o tórax para vê-la, e ela se esticou e se segurou na cabeceira da cama e em seguida o envolveu com suas coxas, prendendo-o ao seu corpo, e, ao mesmo tempo, tentando trazê-lo ainda mais para dentro si, como se isto fosse possível. Corpos suados e ardentes! André deito sobre o corpo de Patrícia, a beija e isto faz explodir o orgasmo entre os dois.
Deitados, ela com a cabeça sobre o peito dele, abraçando-o, ele adormece. Instantes depois, ela o acorda com uma xícara de café forte e puro, como ele gostava.
— Sei que acordou cedo para fotografar, mas gostaria de tomar café comigo?
— Claro, já fez cuscuz?
— Já. Deixa de preguiça, vamos. Sei que odeia ser acordado, mas são quase 11h.
— Já?
— Ah! Coloquei o camarão que você comprou no refrigerador. Só vou mexer nele quando voltarmos da praia. Portanto, tome seu café e venha comer cuscuz com ovos mexidos. Como diz o poeta, é bom depois do amor – Patrícia falou sorrindo e em seguida beijou André na face.
Foto: Daniel Barros
Após o café, resolveram ir à Ilha da Crôa, e não ficar em frente a casa. Era linda! O mar recuava quase mil metros, e esse recuo deixava pequenas piscinas de água quente e rasa, onde podiam tomar sol. Patrícia falava sobre seu trabalho, e que vinha notando que a maioria de seus pacientes homossexuais apresentava problemas de constipação. Pretendia se aprofundar, estudando o assunto, e pretendia também fazer no ano seguinte uma especialização. Esse era seu projeto, e achava que André deveria fazer uma exposição com as fotos que tirava. André discordou e disse que suas fotos eram comuns, mas ela insistia que ele devia mostrá-las para um amigo de seu pai, que era editor de um jornal local. Ele concordou em mostrar as fotos.
Voltaram às 15h com uma sede enorme, desejando uma cerveja, pois estava muito quente. André abriu uma garrafa bem gelada e colocou cerveja em dois copos, levando um para Patrícia, chamando-a para beber na varanda antes de fazer o almoço e que, depois, ele a ajudaria a prepará-lo. Aquela primeira garrafa acabou como se estivesse evaporado. Imediatamente, abriu outra e beberam contemplando o mar a sua frente. Ela então se levantou. Iria fazer o almoço, mas ele não precisava ajudá-la, podia continuar bebendo. Depois do almoço, ele lavaria os pratos, concordaram, e ela foi buscar mais uma cerveja, que colocou nos copos levando o dela para a cozinha, e lembrando a André para não se esquecer de levar cerveja para ela enquanto cozinhava. Entrou e colocou música e começou a preparar o almoço.
Fizera uma camarãozada ao coco, acompanhado de arroz e pirão. Os dois tomaram banho antes de comer e continuaram bebendo cerveja no almoço. Armaram uma rede na varanda e deitaram juntos, revezando na busca das cervejas, e adormeceram ali mesmo.
O casal acordou no final da tarde com o toque do telefone. André levantou para atender, era sua cunhada mais nova informando que chegaria logo mais, depois das 20h e que passaria um dia com eles. André se preparou para fotografar o Rio Santo Antônio ao pôr do sol, mas Patrícia não quis ir com ele, dizendo que ia arrumar algumas coisas enquanto ele estivesse ausente. Alertou para que não demorasse muito, que tinha medo de ficar só ao escurecer.
A água do rio estava calma, e as serras na outra margem refletiam sobre o mesmo. Do seu lado, estavam os coqueiros emoldurando a paisagem, num tom de verde. Fez algumas fotos e voltou apressado e preocupado com ela, mesmo sabendo que o lugar era tranquilo, ladeado pela vila de pescadores, pessoas conhecidas e muito gentis.
Quando voltou, Patrícia estava de bermuda jeans e camiseta branca: a pele bronzeada pelo sol da manhã destacava-se sob a camiseta. Estava linda! Os olhos ainda mais verdes, o cabelo preso com um belo “rabo de cavalo”. Ele a beijou, ainda com seu material fotográfico a tira colo, ela sorriu e brincou:
— Nossa! Faz tanto tempo? Deu saudades?
Ele apertou o bumbum dela e a beijou no pescoço, dizendo:
— Sua beleza e alegria sempre me surpreendem. Eu te amo, princesa!
 Beijaram-se e de repente um farol de carro clareou o portão atrás deles.
Eram quase 19h, o tempo passara e eles não perceberam. Enquanto ele estava fotografando, ela ficara ouvindo música. Estavam na cozinha quando faróis clarearam o quintal, anunciando a chegada de sua cunhada e o marido. Chegaram trinta ou quarenta minutos antes do previsto.
— Boa-noite! Chegaram mais cedo? – disse André.
— Eh, não pegamos fila nenhuma na balsa. Nossa, que calor! – respondeu Cecília, que foi logo tirando a blusa e ficando apenas de “top”.
— Além do mais, eu vim “voando” – falou o marido se vangloriando.
— André, isso é forma de receber sua cunhada? Onde está aquela cerveja bem geladinha? – disse Cecília, vindo em direção a Patrícia, beijando-a e, em seguida, beijando André.
— Assim que servir esta menina, vou te ajudar a descarregar as coisas. Você também quer uma? – perguntou André ao marido.
— Não, mais tarde – respondeu.
— Arrumei o quarto da frente para vocês – falou Patrícia.
— Ah, bom! Porque passar a noite ouvindo vocês, não dá.
Sorriu, referindo-se ao quarto da frente que ficava distante do quarto de André e Patrícia. Portanto, não os ouviriam fazendo amor.
— Ah! Comprei pão fresco para o café; podemos comer com ovos e queijo.
— Ovos mexidos? – brincou Patrícia, sorrindo para André, que também sorriu.
— André, deixa que ele tire as coisas do carro – se referindo ao marido, disse Cecília. – Vamos tomar cerveja lá na amendoeira.
— Não, Cecília! Vou ajudá-lo, depois encontro vocês – disse André.
Entre a casa e o mar havia uma grande amendoeira, com uma mesa circular em baixo, e ficava a uns 30m da casa, quase na areia da praia.
— Nada disto, tô louca para conversar com vocês e saber as novidades. Vamos Patrícia? – disse Cecília.
— Que novidades, Cecília? Aqui não sabemos de nada, só ouvindo música. Sem preocupações com o mundo – respondeu Patrícia.
— Vai, André! – falou o marido – Se tu não fores, ela me mata.
André pegou um isopor, colocou algumas cervejas e foram os três para a amendoeira. A noite estava escura, a lua ainda não nascera. André acendeu uma pequena luz que ficava pendurada na árvore e lá ficaram a conversar: primeiro sobre o tempo e depois, como de costume entre os três, sobre política. Mais uma vez seu candidato a presidente tinha perdido para um social-democrata, um sociólogo, que há pouco tempo, antes de ser candidato, pensara em deixar o País, e que de última hora fora ministro da Fazenda, e o povo empolgado com o plano o elegeu Presidente.
Patrícia havia trabalhado muito na campanha e estava muito decepcionada. No final, como sempre, André e Cecília acabavam discutindo. Cecília era de esquerda, mas André era mais comprometido com o socialismo. Depois de várias cervejas, eles discutiram, mas nada sério. Eram amigos e já estavam acostumados um com o outro, mas quem observava a discussão acreditava que estavam brigando. O marido chegou, tinha os olhos vermelhos e não quis beber. A conversa já estava amena e falavam sobre música.
Patrícia preparou uns camarões apenas na água e sal e os serviu como tira-gosto. Os camarões estavam macios, temperados apenas com limão e azeite. Como era lindo vê-la mordendo aqueles camarões com sua boca carnuda, fazendo boquinha ao morder e puxando os pedaços com seus dedos finos e delicados. André achava lindas aquelas mãos, e os dedos brancos e longos eram perfeitos! Ele serviu mais cerveja para ela e colocou em sua boca para que ela não tivesse que pegar no copo, pois usava as duas mãos para descascar e comer. Patrícia tinha os cabelos presos, mas uma mecha se soltara e André a colocou por trás da orelha. Aquele momento foi interrompido por Queiroz, o marido de Cecília, que veio informar que estava com sono e iria dormir. Cecília respondeu que ela ficaria. André acendera seu cachimbo enquanto Cecília fumava um cigarro e conversava com Patrícia. A luz serena as iluminava. Quanta diferença nas duas irmãs, mas eram lindas! Os anos pareciam não passar para aquelas duas meninas. Eles se conheciam há anos, mas elas continuavam como no primeiro dia em que ele as conheceu. A maré estava cheia e as ondas quebravam suavemente. Só então surgira a lua, e uma brisa punha um frêmito nos cabelos de Patrícia.
André estava no quarto sintonizando o rádio, quando Patrícia entrou. Vestia um maiô preto, com zíper no meio, que descia até seu sexo, bem colado ao corpo. André se surpreendeu: nunca havia visto aquele maiô, ela foi logo explicando que era de Cecília, e que havia tomado emprestado. Cecília era menor que Patrícia, mas o maiô ficou prefeito! E àquela hora, com certeza, ela não vestira para ir ao mar. Patrícia começou a dançar sensualmente, dizendo para ele ficar deitado e não tocar nela, só olhá-la. Então, subiu na cama e começou a dançar sobre ele, se tocando delicadamente e descendo até encostar o sexo no rosto dele, que já estava louco de excitação, mas não podia tocá-la. Foi quando ela sentou em seu colo e começou a abrir lentamente o zíper. Foram surgindo os peitinhos duros e empinados, primeiro, depois sua barriquinha bronzeada, seu sexo moldurado pelas marcas do biquíni... Ela baixou a alça direita, depois a esquerda e levantou-se. Em seguida, foi tirando todo o maiô, jogando-o para o lado e ficando de cócoras sobre a boca de André. Ele pode sentir seu sexo molhadinho em sua boca, e beijava-o, e com sua língua massageava seu clitóris. Ela empinava o corpo e com as duas mãos segurava os cabelos, enquanto ele beijava seu sexo com todo prazer. Ela gemia e se esfregava nele, o “radinho” não superava seus gemidos, e ela foi deslizando seu sexo da boca de André para o peito dele, para a barriga, deixando um leve rastro úmido por onde passava, até encontrar seu pênis que, apesar dela estar molhada, teve dificuldade de penetrá-la. Agora ela o beijava e faziam amor selvagem: seus corpos ainda mais quentes pela excitação e pelo sol que os bronzeou pareciam pegar fogo. Patrícia já estava escanchada sobre André, e arranhava suas costas, mas ele quase não sentia, mexia, bamboleava até explodir o orgasmo, enquanto pedia para ele gozar com ela. Parecia que mais nada ali existia, só seus corpos juntos como um só. Ela dormiu ali mesmo, em cima dele. Ele sentia seu sexo ainda dentro dela quando adormeceram.
Quando acordaram, sua cunhada e o marido já estavam de pé. Cecília havia feito apenas café, e Patrícia foi preparar o cuscuz, enquanto André tomava banho. Naquela manhã, ele não acordara cedo para fotografar, apenas dormira abraçado à Patrícia até o amanhecer. Havia amanhecido com algumas nuvens, mas logo se foram e o dia estava limpo. Tomaram café juntos e combinaram ir a uma praia ainda mais deserta, que ficava bem depois do “carro quebrado”, (era a última praia que se podia chegar de carro), a mais de uma hora de caminhada. Queiroz falou que era longe e que não iria; então ficou em casa, pois não gostava de praia.
Foto: Daniel Barros*
Era uma praia deserta, com coqueirais e um grande morro margeando o mar. Havia canaviais enormes em cima desse morro, que tinha uns 30m de altura. Estava ali como que para impedir a passagem do mar, que em maré cheia os castigava, marcando sua base. André vira uma passagem, algo que saía pelo morro, subiu uma pequena inclinação e não acreditou no que estava vendo: era um rio, riacho, sabe-se lá... Algo que não conseguia chegar ao mar, a não ser na maré cheia. Seu início, ou melhor, seu fim, era uma pequena lagoa de um verde profundo. À medida que subia, estreitava-se rapidamente, e muitos galhos de árvores impediam que se subisse a nado ou de canoa. O único modo seria pelas margens, que eram muito íngremes. A “Lagoa Verde”, como André passou a chamá-la, era circundada de areia de praia onde se podia sentar e estender as cangas das meninas. Após o banho de mar, para tirar o sal do corpo, além do que poderia lhe render boas fotos, resolveram ficar, determinando ali seu ponto final.
Estavam lindas! Patrícia vestia um biquíni azul, com detalhes rosa, composto. Já Cecília vestia um “fio dental”, em detalhes, vermelho: suas coxas e pernas pareciam feitas à mão, seus peitinhos empinados quase “furavam” o biquíni. Era pequena, mas seu corpo era deslumbrante, as coxas musculosas e os braços fortes combinavam perfeitamente com o conjunto.
Patrícia fora tomar banho de mar enquanto André guardava seu equipamento fotográfico ao lado de Cecília, que tomava sol nas costas. Ele já se preparava para ir ao encontro de Patrícia, quando Cecília o pediu para passar protetor solar em suas costas. André foi pego surpresa, não sabia o que responder. Sabia que se fizesse aquilo ficaria excitado e ali, de short de praia, com Patrícia por perto, o que fazer?
— Está louca? – disse. – Peça para sua irmã!
Ela respondeu que não era nada demais. Ele, por sua vez, a alertou que Patrícia já estava voltando e ela poderia fazer aquilo, e foi em direção ao mar, onde encontrou com Patrícia no meio do caminho. Ela quis acompanhá-lo, mas ele não permitiu, informando que Cecília a esperava. Ele precisava esfriar a cabeça, correu e mergulhou mar adentro.
Foto: Daniel Barros*
Na volta, às irmãs vieram brincando, conversando sem parar e sorrindo muito, aparentando felicidade. Patrícia não percebera nada e Cecília também não notara o acanhamento de André. A volta foi mais cansativa, pois estavam com fome e com sede. Quando chegaram a casa, Queiroz estava dormindo com um pacote de biscoito ao lado. Logo perceberam que o palerma não fizera nada para comer, nem para ele, muito menos para todos. André mandou que as meninas fossem tomar banho enquanto ele começava a preparar o almoço, cortando as verduras, já que Patrícia nunca o deixava cozinhar. Mas, antes disso, abriu uma cerveja servindo as meninas, e nem se preocupou com o “paspalho”. Sentaram-se na varanda para saborear a cerveja. Patrícia tinha a canga amarrada à cintura, enquanto Cecília estava só de biquíni e com as pernas semiabertas. Sentada em uma cadeira de praia, o “fio dental” se perdia em seu bumbum e seu sexo se destacava. André se sentiu aliviado quando elas foram tomar banho, já estava ficando excitado e o efeito da cerveja com o estômago vazio deixou-o meio tonto e despreocupado.
André mudou o som que estava tocando rock e colocou MPB, abriu mais uma cerveja e foi para cozinha cortar as verduras. Dançava com a música enquanto bebia e cozinhava. Patrícia voltou primeiro, linda e cheirosa. Cecília se demorou muito mais no banho, pedindo aos berros para que o marido lhe levasse cerveja e entregasse pela janela do banheiro. Ele prontamente atendia. Ela disse que não precisaria de copo: beberia no gargalo.
Quando voltou, Cecília aparentava estar um pouco “alta”. Cantava e dançava meio desengonçada, e mexia a cabeça de um lado para o outro, como se cabelos longos tivesse. Mas seus cabelos eram bem curtos, batidos na nuca, bem lisos e pretos como seus pequenos olhos. O marido fez uma cara de desdém, como se não se importasse com o comportamento alegre da esposa. Ela vestia uma minissaia jeans e uma camiseta azul, sem sutiã. Por isso, com qualquer movimento, seus seios ficavam à mostra, e ela, discretamente, chamava André para dançar. Ele se recusava, apesar dos apelos dela e do incentivo de Patrícia. Não aceitou, e falou que ainda não havia tomado banho e que depois do banho dançaria com ela, mas sugerindo que o marido dela o fizesse, coisa que ele de pronto recusou. André foi então tomar banho, levando seu copo de cerveja.
O almoço estava muito gostoso. Cecília havia feito a sobremesa. Durante o almoço, falaram sobre a possibilidade de só voltarem para Maceió na segunda-feira. Queiroz disse que não podia, mas Cecília insistia, ao ponto de mandá-lo embora só. Ele relutou em voltar só, mas Patrícia disse não ter problema, a irmã voltaria com eles. Apesar da irritação, ele não podia fazer nada e tivera que ir, mesmo porque seu pai já havia ligado duas vezes.
Após o almoço, André lavou os pratos enquanto as irmãs tomavam cerveja na varanda. E elas se alternavam ao servir cerveja a André. Continuaram bebendo e conversando, sobre política, fotografia e assuntos pessoais. Cecília estava bem “alta” e falava sobre sua vida, falava como se fosse fácil suportar, mas demonstrava insatisfação. André achou por bem deixá-las a sós e foi para o barzinho da sala. A varanda em frente à sala era separada por vigas de madeiras e não por uma parede convencional. Assim, ele podia vê-las conversando.
Cecília falou que não ligava muito para sexo, e que passava três meses sem, e que não entendia como Patrícia podia ser tão ligada a sexo. Patrícia argumentou que não era o fato de ser muito ligada em sexo, é que quando se ama é diferente e espontâneo. É bom sentir o cheiro, o corpo... sem barreiras, sem medos. Lágrimas saíam dos olhos de Cecília. Patrícia a abraçou e choraram juntas. Cecília levantou e enxugou as lágrimas.
— André! Esqueceu da gente? Não bebemos mais? – Cecília chamou já com um sorriso.
— Claro! É que vim trocar a música. “Ney” (Ney Matogrosso) tá meio triste hoje, vamos ouvir João Bosco – respondeu André, já com uma garrafa de cerveja na mão.
— Ah! Por falar em música, vocês pensam que não dá para escutar vocês com aquele radinho ligado? Dá, sim.
— Então temos que providenciar um som mais alto – respondeu Patrícia sorrindo.
— Vamos beber e comer! Vou cortar o charque para fazer “macaco torrado” – que era charque picado bem torradinho –, disse André.
— Traz para cortar aqui, para ficarmos conversando – disse Patrícia.
— Aquele “besta” foi embora, logo hoje que estou louquinha – falou Cecília.
A tarde transcorreu, sem mais tristeza. André e Patrícia dançavam e Cecília olhava e brincava com eles.
— Nada de radinho aqui na minha frente. Deixem para quando eu estiver no segundo sono – falou em tom de brincadeira. — Vamos para a praia tomar banho de mar? A água deve estar quentinha. Vou colocar meu biquíni. Não! Quero meu maiô, Patrícia!
Colocaram roupas de banho e foram nadar e brincar. Realmente à tarde a água ficava mais quente, apesar do sol fraco. Estavam as duas de preto: Patrícia com um biquíni e Cecília com o maiô que Patrícia havia usado na noite anterior. Cecília voltara para casa enquanto André e Patrícia continuaram, agora, deitados na areia de mãos dadas. Deram o último mergulho, depois de um bom tempo, e voltaram. Quando chegaram a casa, tocava Chico Buarque. Entraram e viram que a porta do quarto de Cecília estava aberta. Ela estava dormindo só de calcinha, semicoberta, e abraçava um travesseiro. Patrícia encostou a porta e chamou André para subirem para o andar superior. A escada dava para a sala, que oferecia uma vista panorâmica: uma grande janela de vidro voltada para o mar. Pararam para contemplar a paisagem e começaram ali mesmo a fazer amor, sem se preocuparem com Cecília. Do jeito que estava, dificilmente acordaria. O sal em seus corpos e o local onde faziam amor lhes dava um clima picante. Suas roupas caíam pela escada, e eles se olhavam e riam baixinho para não acordar Cecília. Os seios de Patrícia, a barriga, o pescoço e o sexo estavam salgados. Ela gemia baixinho e, ao gozar, colocara a mão na boca para conter o som. Gozaram juntos e desceram nus catando suas roupas espalhadas e correram para o banheiro que ficava ao lado da escada e em frente ao quarto onde Cecília dormia.
Patrícia saiu primeiro do banho, pegou uma cerveja e foi para o quarto. André aproveitou para arrumar o banheiro e saiu logo depois que Patrícia. Quando passou pelo quarto de Cecília, a porta estava novamente entreaberta. Aproximou-se para fechá-la e viu Cecília acariciando os próprios mamilos e deslizando levemente seus dedos sobre o sexo. Abriu os olhos e, por um breve instante, se olharam. Ela continuou a se tocar, enquanto André fechou a porta e saiu.

Acordaram por volta das oito da noite. Cecília já estava acordada e tinha feito café e torradas. Patrícia pediu que André cortasse as verduras, que ela faria uma sopa de legumes. A cozinha dava para os fundos da casa, onde havia uma grande mesa de madeira onde faziam as refeições. As irmãs tomavam café e conversavam, enquanto André as observava e, às vezes, participava também da conversa, já que a janela dava para onde elas estavam. Cecília brincava dizendo que tinha falado que era para quando ela tivesse no “segundo sono” e não ainda no primeiro, se referia a “brincadeira” dos dois na escada. Patrícia ficou envergonhada, mas Cecília a tranquilizou dizendo que “só” os viu correndo para o banheiro (falou sorrindo).
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*Daniel Barros, 45, escritor e fotógrafo alagoano residente em Brasília, é autor dos romances O sorriso da cachorra, Thesaurus, 2011, Enterro sem defunto, Editora LER, 2013, Coletânea Contos Eróticos e Contos Sobrenaturais Enquanto a Noite Durar editora APED, 2013. Membro da Associação Nacional de Escritores –ANE-. 

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