segunda-feira, 31 de março de 2014

o medo





o medo
queria-o de contornos
bem definidos
reconhecível

não assim
pressentido em cada frase
nos semblantes
na dúvida em tudo inserta
no tempo e nos modos
nos dias de cada um

amanhã
começará abril
o iluminado mês em que cravos
por armas se trocaram

amanhã
queria oferecer-te um país
colado no rosto de um povo
que tivesse nomes de gente desta terra
e não palavras estranhas
orçamentadas e frias
por habitantes

não tenho medo do medo
que dele conheci as manhas
tenho medo que tu o tenhas
e à sua sombra vivas
só por medo do medo

não te roubaram o sol
mas
terás de lutar por ele
de novo

(ria de aveiro; murtosa; chegado)

http://ahcravo.wordpress.com/2014/03/31/o-medo-2/

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