domingo, 27 de abril de 2014

digo de mim




silencioso, o baixo mondego passa por mim


como somos breves
como é ilusório este corpo onde
pendurado o pensar

sento-me e vejo que tudo passa
num infinitésimo de tempo
passado presente e futuro estão

caio e levanto-me ainda
sorvo o instante como se o último
e grito como se nascesse

digo de mim

(da janela do comboio, algures entre coimbra e a figueira da foz)

http://ahcravo.wordpress.com/2014/04/27/digo-de-mim/

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