reconheço-lhe a elegância
no fino traço dos mestres construtores
a tradição inscrita na beleza
com que vogava e ainda voga
nas águas da ria
passou o tempo do adubo natural
do moliço colhido no fundo da ria
broa de milho comida à mesa
com sabor a maresia
foi o tempo do trabalho da ferramenta
não foi o fim do tempo
mas o começo de uma nova aventura
a do amor por ti pelo que foste pelo que és
o da preservação da história de um povo
o murtoseiro
não te quero num canto qualquer coberto de pó
abandonado pelos que ajudaste a crescer
pelas falsas manifestações verbais de afecto
não quero sequer que te façam um retrato novo
onde já não moras porque nunca foste
para melhor venderem o que já não têm
quero-te assim
um moliceiro à maneira
(o moliceiro "cristina e sara", do ti virgílio, é de tamanho inferior ao de um moliceiro tradicional, mas como ele há pelo menos 4 a vogar nas águas da ria)
https://ahcravo.wordpress.com/2014/11/30/postais-da-ria-44-um-moliceiro-a-maneira/
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