O
meu poema novo não tem novidade
A
minha idade
Não
é nunca a mesma
O
que é bom passa a gente quase nem vê
O
que é ruim tem passos de lesma
O
meu poema novo
Quem
dera fosse mesmo um poema
E
falasse de amor
E
de flores
O
meu poema novo
É
assim: já velho
Breve
Nasce
morrendo sem
Ainda
sem ser lido
Meu
poema novo? Ora!
Não
leiam
A
novidade está nas páginas dos jornais
Quem
sabe?
Em
meu poema novo
Não
cabe!
Não
cabe!
Tanto
coração partido
E
tanta gente na rua
A
mulher nua
A
dama e seu luxuoso vestido
Não
cabem os classificados
Nem
os desclassificados
Não
cabem horóscopos
Nem
a queda do helicóptero
Não
cabe o sorteio da sena
(Nunca
vi quem tenha ganhado)
Não
cabe a cena da novela
Nem
a vela para o defunto
Nem
tudo junto
Nem
separado
O
meu poema novo é assim: rasgado
Carlos
Galdino.
Poeta,
radialista, fotografo.
Autor
do livro Achados & Perdidos.
#poesiasdogaldino
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